Conversas comigo mesmo - XCVII
Continuamos a nossa jornada pelo tempo comum, inserido no ritual cristão (católico). Assim, hoje retiro da Bíblia o seguinte trecho: "Um dos chefes da sinagoga, ao ver Jesus, caiu a seus pés e suplicou-Lhe: 'A minha filha está a morrer. Vem impor-lhe as mãos, para que se salve e viva'. Levando consigo apenas o pai da menina e os que vinham com Ele, entrou no local onde jazia a menina, pegou-lhe na mão e disse: 'Menina, Eu te ordeno: levanta-te'. Ela ergueu-se e começou a andar, pois já tinha doze anos. Ficaram todos muito maravilhados". "Falo contigo, levanta-te". Esta frase resume bem a atitude libertadora de Jesus diante de todo o ser humano: Para Ele ninguém está definitivamente morto, acabado, condenado ou perdido... O que há são vidas adormecidas ou paralisadas em situações degradantes à espera de quem as acorde, ou lhes estenda uma mão amiga que as ajude a levantar e as estimule a uma nova caminhada. Jesus é essa mão amiga, esse estímulo, essa corrente de vida que passa junto de nós e a todos se oferece para um contacto que é fonte de luz, de esperança e de salvação. E para isso basta, como Ele garante, a fé: Não a fé que faz de Deus apenas um recurso para os nossos impasses. Mas a fé que nos faz viver n'Ele e com Ele em todas as circunstâncias. A solidariedade que urge. Não podia ser mais actual nem mais premente a exortação que hoje nos vem de S. Paulo. Uma exortação dirigida aos cristãos de Corinto para que colaborem na campanha de auxílio aos cristãos de Jerusalém, mergulhados, então, numa situação muito grave de indigência, contribuindo, assim, para um mundo mais justo e equilibrado. Dois mil anos depois, há razões acrescidas para igual exortação. Como "vemos, ouvimos e lemos", o nosso mundo, apesar de todo o seu gigantesco progresso tecnológico, regista, como nunca, desigualdades gritantes e fossos cada vez mais profundos entre ricos e pobres. Por isso se torna cada vez mais evidente que a própria sobrevivência da Humanidade é inseparável de uma urgente conversão à justiça e a uma generosa solidariedade sem fronteiras, tal como S. Paulo nos recomenda no dia de hoje.
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