Turma Formadores Certform 66

Saturday, August 17, 2013

"As Cinquenta Sombras Livres" - E. L. James

E eis-me chegado ao fim da saga de E. L. James. No 3º volume e último da obra assiste-se ao "normalizar" desta relação tempestuosa entre Anastasia e Grey. É o casamento, é o nascimento dos filhos, mas é também, o tempo de velhos fantasmas aparecerem e de Grey, finalmente, abrir a sua mente e começar a falar sobre aquilo que o tem atormentado ao longo da vida. Ao falar vai exorcizando os fantasmas que lhe povoam a mente e vai criando condições para que a relação com Anastasia se "normalize" adquirindo um tom de maior cumplicidade entre os dois. Se no primeiro volume era a descoberta dos fantasmas de Grey e dos seus gostos bizarros face à timidez de Anastasia, no segundo volume começamos a perceber que ambos vão cedendo um pouco até encontrarem o equilíbrio porque tanto anseiam. Anastasia vai cedendo aos gostos extravagantes do seu amante e Grey vai suavizando as suas preferências para agradar à mulher que ama. Neste terceiro volume a relação está estabilizada. ambos sabem até que ponto podem ir e até onde podem invadir o território do outro, bem como a razão de ser, de tão estranhos gostos. Mas vai mais longe. Mesmo no final, a seguir ao epílogo, aparecem referências à visão de Grey face a Anaastasia e a impressão que ela lhe coloca a quando do seu encontro no seu escritório. A visão do outro lado, depois de no primeiro volume termos assistido ao como Anastasia o viu pela primeira vez e a impressão que lhe causou. Muito ao jeito de George Lukas na saga de "Star Wars" no final as pontas soltas unem-se e formam uma identidade própria e una, respondendo assim a muitas perguntas que ficam no ar quando se começa a ler a obra. Correndo o risco de parecer uma espécie de tratado sadomasoquista numa primeira e apressada leitura, a obra é muito mais do que isso no seu todo. E. L. James quando a apresentou entre nós afirmou que os seus pais achavam interessante mas com "sexo a mais". Porventura terão razão mas se não fosse assim todo o enredo se perderia. Mas para além desta visão quiçá apressada, acho que a obra é um verdadeiro tratado de psicologia. A batalha que se trava entre as mentes dos dois protagonistas é avassaladora desde o primeiro volume até ao último. Sem conceções esta é uma obra que nos tira o fôlego, que nos esmaga pela sua intensidade. E. L. James surpreendeu-me sem dúvida. E embora já tivesse visto a obra muitas vezes em exposição nunca me despertou a curiosidade até que mão amiga me fez chegar o primeiro volume, a quem agradeço, porque se assim não fosse nunca a teria lido. Depois é impossível parar até se chegar ao fim. Obra já considerada como das mais importantes do século XXI que ainda vai no seu início - os rótulos nos livros como noutras coisas são sempre exagerados e pautados pelo marketing - mesmo assim não deixo de a considerar um marco importante da literatura. Sobre a autora não tecerei comentários já feitos a quando da apresentação dos volumes anteriores. A edição é, como sempre, da Lua de Papel. Recomendo vivamente a sua leitura.

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