Turma Formadores Certform 66

Wednesday, August 14, 2013

Tuxa - A sobrevivente

A Tuxa continua a sobreviver. De novo, novos tumores estão a aparecer pelo corpo todo. Alguns vão abrindo para drenar. Ajudamos à sua drenagem e ela logo fica melhor. Sobrevivente como é, até parece que não tem nada. Voltou a usar o colete com fraldas para absorver a drenagem. Tirando isso e um aspeto bem mais magro e fraco, até parece que a Tuxa está bem. Mas não está. Com a morte anunciada há muito, ela vai conseguindo iludi-la, mas chegará o dia em que não o conseguirá. Nós, que já estamos informados do que vai suceder, mesmo assim, entramos nessa ilusão. Nunca estamos preparados para o inevitável. E quando a hora derradeira chegar, sofreremos tanto como já o fizemos com os outros que povoaram a nossa existência. A Tuxa tem sido uma sofredora. Desde o abandono precoce, até às várias doenças que trazia com ela quando a resgatamos, o que nos levou a andar no veterinário cerca de um ano, com tratamentos agressivos e que não eram fáceis para nós fazer e para ela suportar, mas com amor e carinho lá fomos ultrapassando tudo. Agora a estória repete-se. Vamos-lhe fazendo o tratamento que a veterinária nos aconselhou, ajudamos à drenagem como ela nos ensinou. Não é fácil. Por vezes, liberta odores desagradáveis, mas o seu olhar vale tudo isso. A sua capacidade de sofrer e de sobreviver são enormes. Amámo-la muito e ela também nos retribui em maior dimensão. Um animal não é algo descartável. Quem não for capaz de tratar dum ser magnífico assim, como poderá tratar dum seu familiar com os mesmos problemas? Sei o que isso é. A minha mãe também morreu com um cancro! E a Tuxa afinal, não é nem mais nem menos, do que mais um elemento da família. Ela é a sombra protetora da nossa afilhada Inês, que também lhe retribui com muito carinho e amor. E quando existe amor e carinho, pode acontecer o milagre. Nem que seja o adiar a morte por mais algum tempo. Nem que seja mantê-la connosco mais umas semanas ou meses. E isso está a acontecer com a Tuxa. Não sabemos até quando, mas enquanto ela por cá andar tudo faremos para lhe minimizar o seu sofrimento. É isso que ela espera de nós, é essa a nossa obrigação. 

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