Equivocos da democracia portuguesa - 273
Terminamos a nossa última crónica antes de férias afirmando que as trapalhadas seguiam dentro de momentos! Quando o afirmamos não esperávamos que tal viesse a acontecer em tão curto espaço de tempo. Bastaram apenas alguns dias e elas aí estão de novo. Se Rui Manchete já era polémico pelo que dele pensam algumas instituições internacionais, logo tal foi esquecido porque apareceu mais enfatizado os seus negócios com o BPN! Mais um envolvido na trama de compra e venda de ações com elevadas mais-valias, reavivando o caso que envolveu Cavaco Silva e a sua filha, onde estas assumiram o extraordinário valor de 350.000 euros! Para Rui Manchete tudo parece normal, para os portugueses não. A inabilidade deste governo para lidar com estes casos é verdadeiramente extraordinária. Com certeza que o executivo poderia ter encontrado pessoas com um passado mais impoluto, pelo menos, não tão polémico. Todos sabemos que o caso BPN tem conotações extremas junto dos portugueses e ir buscar mais uma pessoa que por lá andou, até como administrador, é verdadeiramente polémico. A menos que o governo já não tenha ninguém a quem recorrer e que esteja disposto a dar a cara por este executivo. Mas as trapalhadas não ficaram por aí. Depois da polémica nomeação de Maria Luís Albuquerque para a pasta das finanças, que provocou muito desconforto mesmo junto de pessoas do PSD, - como por exemplo Rui Rio, que foi muito contundente sobre o caso -, agora a polémica amplia-se com o seu atual secretário de Estado do tesouro que ainda nem aqueceu o lugar. Joaquim Pais Jorge afinal, quando foi quadro superior do Citybank, andou por aí a tentar vender uns "swaps" até junto do governo de Sócrates - que os recusou - e que agora é a pessoa escolhida para gerir a sua anulação passando para o outro lado da barreira! A sua aparição no "briefing" de ontem do executivo em vez de esclarecer ainda toldou mais as mentes e a atrapalhação bem como o silêncio precipitado a que se remeteu criaram ainda mais questões do que aquelas que esclareceu. (Para além das graves falhas de memória que até dão jeito). Não deixa de ser estranha uma situação destas. Se já todos temos a ideia de que Portugal vive atolado num colossal pantanal, mas vemos que este cada vez vai mais longe e mais fundo. A fragilidade duma pasta tão importante nos tempos atuais como é a das finanças, está deveras fragilizada e descredibilizada. Se achamos estranho que o executivo se vá reunindo de pessoas tão polémicas e ligadas ao que de mais problemático existe entre nós, ainda ficamos mais perplexos pela aceitação do Presidente da República. Não há dúvidas nenhumas de que algo de muito estranho se passa neste executivo e que todos temos imensa dificuldade em digerir. Mas convenhamos que deste governo já esperamos tudo embora ainda nos continue a surpreender. Até as últimas afirmações de Passos Coelho são curiosas quando disse que "afinal depois da crise política que Portas criou, os juros aumentaram de imediato". Acrescentando que isso só vem provar que afinal ele sempre tinha um papel a representar contrariamente ao que a oposição dizia!!! Não faremos qualquer comentário sobre estas palavras porque elas falam por si. Agora que está a banhos na Manta Rota - sítio com nome bem adequado ao estado em que colocou este país - talvez os banhos lhe façam bem e regresse com mais alguma lucidez para bem da nação. Depois de tudo isto já nada dizemos sobre trapalhadas porque parece que semana após semana o governo há-de eleger uma talvez para se afirmar que existe e está em funções. E agora vamos a banhos na expectativa de que não sejamos interrompidos por mais umas trapalhadas que pelos visto, andam por aí!...
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