Equivocos da democracia portuguesa - 270
Depois de quase três semanas em que Portugal esteve entre parêntesis, eis que Cavaco Silva dá a "solução" mais do mesmo. (Será que alguém ainda esperava outra?) Mudando as caras ou não tudo o que restar será inexoravelmente igual ao que já estava. A mesma política, a mesma austeridade, a mesma brutal carga fiscal, que é a receita que este executivo sabe aplicar ou que o obrigam a aplicar, e caso esta última seja a verdadeira razão, ainda é mais grave porque significa que temos um governo que não tem voz própria. Depois do falhanço de Cavaco que não foi capaz de avaliar que condições existiam no terreno para um possível acordo, agora vem sugerir algo verdadeiramente insólito que é o governo apresentar uma moção de confiança! Este raciocínio está inquinado à partida porque dispondo o governo duma maioria absoluta ela será aprovada, - a menos que os seguidores de Portas mudem de opinião tal qual o seu líder! -, só que a maioria na Assembleia da República já não é traduzível no país. Apenas e só, Cavaco pretende legitimar o governo depois da trapalhada que este criou, sem que isso signifique algo mais do que isso. Atirando a governação até 2015 pensamos que Cavaco se enganará mais uma vez. Será muito difícil que este executivo cumpra a totalidade do mandato com esta política de terra queimada que tem seguido, mesmo que o Presidente da República esteja mais vigilante, não tanto sobre as políticas, mas sobretudo, sobre os amuos dentro da coligação que têm sido o verdadeiro fator de perturbação da governação. Veremos por quanto tempo esta paz podre vai aguentar, porque o país, esse já está em rutura cansado de tanto sofrer, sem que esse sofrimento tenha fim à vista, e sem que dele resultem quaisquer avanços para o país. E tudo continuará como até aqui até à próxima crise interna do governo que, mais cedo ou mais tarde, eclodirá de novo, venha lançar o país num lodaçal ainda maior do que o pântano em que vivemos.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home