Turma Formadores Certform 66

Wednesday, July 10, 2013

Sophia de Mello Breyner Andresen - "A menina do mar" e "A floresta"

Hoje trago-vos Sophia de Mello Breyner Andresen, escritora nascida no Porto a 6 de Novembro de 1919 e falecida em Lisboa a 2 de Julho de 2004. Era casada com o jornalista Sousa Tavares que teve um importante papel no dia 25 de Abril e 1974 e mãe de Miguel Sousa Tavares escritor e também jornalista. Para celebrar esta grande escritora apresento desta feita dois livros: "A menina do mar" e "A floresta". Sophia de Mello é uma escritora de muitas leituras e de muitos públicos. A abordagem que faço aqui prende-se com dois livros mais juvenis, embora não deixem de ter o seu encanto para um público maior e admirador desta mulher de letras. Deixo aqui, para os que não conhecem, a sinopse de "A menina do mar": "Era uma vez um menino que morava numa casa junto à praia. Numa noite, houve uma tempestade e, na manhã seguinte, o menino foi até à praia e, quando lá chegou, ouviu alguns risos atrás de uma rocha. Junto à rocha, estavam uma menina muito pequena, um peixe, um polvo e um caranguejo a brincar. O rapaz, ao ver aquilo, agarrou na menina e esta começou a pedir socorro aos seus amigos, mas, como o rapaz era mais forte, levou-a. O rapaz começou a conversar com ela e ficaram amigos. Mais tarde, ele explicou-lhe como eram as coisas na Terra; mostrou-lhe uma rosa vermelha, uma caixa de fósforos e um copo de vinho. A menina também lhe contou coisas sobre o Mar e assim os dois ficaram com vontade de viver a vida um do outro. Então, o menino combinou com a menina que a levaria num balde para assim poder visitar a Terra. No dia seguinte, o menino encontrou a menina e os seus amigos muito tristes, pois os búzios tinham ouvido a conversa entre eles e tinham contado à Raia - para quem a Menina do Mar dançava. Depois de ouvir isto, o menino pegou na menina e começou a correr. Nesse momento, os polvos começaram a atacá-lo. Quando acordou, o menino reparou que estava sozinho na praia. Os dias foram passando e o menino ia sempre até à praia procurar a menina, até que um dia veio ter com ele uma gaivota. Esta explicou-lhe que a menina estava numa praia deserta e que poderia levá-lo até lá se ele bebesse uma poção mágica. O menino aceitou e foi até essa praia montado num golfinho. Quando se reencontraram, ficaram todos muito felizes por verem o rapaz e foram passear pelas grutas, pelos corais... Agora, o menino também pertencia aos seres do mar." O outro livro que vos proponho como já atrás referi é "A floresta". Aqui também deixo a sinopse do referido livro para aqueles que ainda não o leram: "Isabel morava numa quinta, bela quinta. Esta estava cercada de muros e no seu interior, havia lagos, fontes, pomares... Cada lugar era mais agradável do que outro. Isabel adorava anões. Passou toda a sua vida a pensar em anões. Quando era mais pequena passava dias e dias no parque, no bosque e no pinhal à procura dum liliputiano. Espreitava atrás das moitas e nos buracos. Mas nunca encontrou nenhum. Convenceu-se que eles não existiam,... mas só até ao dia em que encontrou um. O anão, a medo lá ficou amigo de Isabel, e a partir daí contou-lhe coisas fascinantes. Entre essas coisas, que ele lhe contou, o anão, narrou-lhe uma história surpreendente, que o tinha marcado, quando era novo, e que o assustava agora. A história de dois assaltantes, que tomaram de assalto uma floresta e todos os que lá passavam e também dois frades que embora não tivessem nada, serviam de curandeiros para eles. Assim, durante anos e anos os larápios foram enriquecendo. Até um dia, em que os assaltantes ficaram velhos e cambaios. E a roda da fortuna virou. Uma das vezes assaltaram um mercador riquíssimo, que apanhou os assaltantes de surpresa e deles só se salvou o capitão. Na hora da sua morte, já longe do local do crime, um frade presenciou a sua morte, e o capitão concedeu-lhe toda a sua fortuna, para este entregar a alguém com bom coração e que não se deixasse destruir pelo poder do dinheiro. Mas bem que esse pedido não se realizou. O tesouro ficou guardado para todo o sempre, debaixo de terras, até aos dias de hoje. Com os frades mortos, os anões ficaram encarregues de entregar o tesouro, mas agora, tudo dependia do anão que Isabel encontrou, pois os outros, todos partiram. Isabel tivera uma ideia a quem entregar o tesouro, ao Cláudio, seu professor de música. Este era muito bondoso, mas não aceitou. Mas teve uma ideia, a de dar as moedas ao Doutor Máximo, que estava a trabalhar em transformar pedras em ouro. Como a experiência não estava a resultar e o doutor não sabia, os três resolveram pôr lá o tesouro. Houve muitas complicações pelo facto do doutor ter supostamente descoberto a fórmula. Mas tudo incendiou. A fórmula, os livros, tudo o que o doutor precisava tinha ardido. Todos ficaram satisfeitos, e o anão voltou para junto dos seus amigos." A edição que vos proponho tem a chancela da Figueirinhas. Estes dois livros são pequeno volumes com muitas poucas folhas mas com enorme conteúdo como era apanágio de Sophia de Mello. São dois livros muito interessantes que nos mostram um outro lado da escritora aqui mais virada para um público juvenil embora, como atrás referi, não deixe de interessar a um público mais adulto, sobretudo, aqueles que seguem a obra de Sophia. Livros que recomendo pela sua originalidade dentro daquilo que é a obra da escritora mais virada para a poesia.

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