Equivocos da democracia portuguesa - 277
Acabou a recessão técnica? Sim! Acabou a recessão? Não! Esta
é a conclusão das estatísticas ontem divulgadas pelo INE. (Ironicamente não são
alheios os chumbos do TC que potenciaram o consumo e não podemos esquecer também que nos últimos 6 meses
o governo não aplicou mais austeridade aliviando assim a pressão sobre a
economia). Se nos temos que congratular pelo fim da recessão técnica, já o
mesmo se não pode dizer do clima de recessão da economia portuguesa. Podíamos
ir pelos caminhos de alguns economistas, ao afirmar que a recessão continua em
Portugal por maior período do que a Grécia. É verdade! Mas pensamos que devemos
seguir outro caminho, o de criar alguma expectativa na economia portuguesa.
Sabemos que o efeito das economias mais abastadas, como a alemã e a francesa,
que cresceram até acima das expectativas, - embora mesmo assim pouco -, mas com o
efeito potenciador de arrasto que se nota dentro da zona euro. Se estamos
perante o fim da crise, já tantas vezes anunciado, pensamos que não. Sabemos
que este crescimento se segue a um primeiro trimestre desastroso, sabemos da
sazonalidade de muitas atividades que contribuem para isto, sabemos que a
Europa ainda continua mergulhada em muitas dificuldades. A prudência dos
analistas e até do governo – que parece que já aprendeu a não deitar foguetes
antes da festa! – é bem o exemplo daquilo que aqui dissemos. Se deixamos de
estar tão mal como estávamos anteontem, pode não ser suficiente, mas é um
indicador que deve ser lido com otimismo mas também, com prudência. Se temos
vindo a criticar o governo pela política seguida – e continuamos a fazê-lo por
pensarmos que está desajustada da realidade – tal não significa que não sigamos
com uma prudente atenção os dados divulgados. Veremos o que os próximos
trimestres nos revelam para vermos com mais clareza o rumo que as coisas estão
a tomar. Ainda é cedo para se tirarem conclusões.
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