Mais um aniversário, mais uma recordação
Hoje cumpre-se mais um aniversário, o décimo terceiro, sobre o desaparecimento de minha Mãe. Era então domingo de Ramos. (Curiosamente, nunca até hoje estas duas datas coincidiram). Se no meu coração já há muito uma nebulosidade espessa se ia adensando no horizonte, ela ir-se-ia abater nesse dia em toda a sua pujança. Era uma manhã dum domingo solarengo, mas a escuridão total era a que cobria o meu coração. Foi uma espécie de cordeiro imolado no altar da vida. Talvez para lembrar o dia e o que de dramático aconteceu. Passados todos estes anos essa escuridão lá está, não desapareceu. Punição? Redenção? Perdão? Sentimentos que desde essa altura povoam a minha existência e me dividem. Como acontece sempre nestas estórias dramáticas, a vítima é celebrada - qual cordeiro pascal - tudo o resto fica enterrado na poeira do tempo. Já muitos dias passaram, muitas semanas, meses e anos. Mas a memória está viva como sempre. Como sempre estará enquanto o discernimento intelectual e a saúde física me permitirem ocupar espaço e tempo nesta dimensão que é a nossa. Porque a memória fica sempre, aqui estou a celebrar esta data pungente do meu calendário de ausentes. Que tenhas encontrado a paz que tanto desejavas e que tanto merecias. Essa é a minha expetativa. Essa é a minha esperança. Essa é a minha Fé. Descansa em paz, Mãe!
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