Descansa em paz, Excalibur!
Ontem viemos a saber o inevitável. O Excalibur tinha sido abatido e de nada serviu os apelos quer do seu dono, quer dos manifestantes que o tentaram salvar. Como a ignorância e a cobardia normalmente andam de mãos dadas, o carro que transportava o corpo do pobre animal ainda atropelou dois dos manifestantes. A histeria coletiva que se está a criar face a este caso, lembra-me aquela outra, a das vacas loucas, ou a das aves, onde a Humanidade se revelou no seu pior. (Será que existe melhor?) Desta vez foi um pobre animal que era muito acarinhado pelos seus donos. É um animal, mata-se. Não tem direitos. É assim que a nossa espécie lida com o mundo colorido e belo que lhe foi dado para viver. Para mostrar isto mesmo à evidência - se isso ainda fosse necessário - li ontem a intervenção dum antigo líder do Partido Republicano americano que dizia que quem tivesse Ébola deveria ser abatido. "Se numa aldeia existir pessoas com Ébola, pois queimem toda a aldeia com as suas populações". Depois disto que pensar do ser humano, que é como quem diz, de nós todos. Que legitimidade temos para fazer isto? Que poder nos foi dado para tomarmos estas decisões? Que futuro será esse que nos espera? Como pode haver redenção para o ser humano? Em nome dum terrível vírus como o Ébola, e face à ignorância generalizada para como lidar com ele, cometem-se as maiores atrocidades. o Excalibur foi apenas mais uma vítima. Quantas mais se lhe seguirão? (A foto que vos deixo, mostra o pobre Excalibur a dormir no sofá onde, certamente, o fez muitas vezes com os seus donos. Local onde nunca mais dormirá. Donos que nunca mais verá). Descansa em paz, Excalibur!
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