Turma Formadores Certform 66

Monday, July 03, 2017

À memória do meu avô e padrinho, José

Cumprem-se hoje 26 anos sobre o desaparecimento do meu avô e padrinho, José. Tantos anos volvidos, talvez fosse tempo de esquecer. Mas não, não se pode, - nem se deve -, esquecer quem tanto fez por nós. E o meu avô fez tudo o que podia e o que não podia por mim. Só isso já seria suficiente para lhe honrar a memória. Mas ele foi mais além, (ia sempre mais além), na ânsia de fazer duma pedra embrutecida um qualquer santo para colocar no altar, para glosar a célebre expressão do Padre António Vieira. Não conseguiu esculpir um santo, mas conseguiu fazer de mim uma pessoa respeitadora do seu semelhante, que ama os animais e que venera a natureza. E isso faz toda a diferença. Porque estes valores adquirem-se em tenra idade. São os valores familiares, aqueles que são perenes e que começam bem antes de irmos para a escola. Aquilo a que habitualmente chamo de 'escola primordial'. Porque quando não se adquirem esses valores na idade certa, nunca mais, - ou dificilmente -, se adquirem mais tarde. E isso devo ao meu avô. Como também lhe devo a estratégia que traçou com vista ao meu desenvolvimento e conhecimento. Coisas muito importantes e que ficam para a vida. Face à não perenidade dos bens materiais que tão afanosamente colecionamos, - esquecendo que a vida apenas no-los empresta -, o que fica mesmo são os valores cívicos, culturais, educacionais porque são eles que formarão o nosso caráter e personalidade para o futuro. Serão eles que ditarão a nossa pegada na vida. São eles que nos concedem a nossa real identidade. 26 anos volvidos - e fruto desses valores que ele me inculcou - aqui estou a homenagear a sua memória. Memória eterna enquanto de eterno tiver a minha vida. Aqui me curvo perante este grande Homem. Simples como todos os grandes, mas determinado como só os audazes são capazes de ser. Obrigado, meu avô, José! Estou-te eternamente grato. Lá onde estiveres que estejas em paz!

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