Um profundo agradecimento à Paula Maia
Não pensei que voltaria a falar da matilha de Rio Tinto, já extinta vai para dois anos, mas tenho que o fazer. Porque é minha obrigação aqui dar um elogio e um agradecimento à minha querida amiga Paula Maia. Durante dezassete anos acompanhei e ajudei a chamada matilha de Rio Tinto. Embora morasse um pouco afastado - eram cerca de cinco quilómetros mesmo assim - nunca deixem de lá ir diariamente. Mais tarde passei a ir só aos fins de semana, feriados e férias do pessoal das empresas que então lá existiam. E fi-lo porque vim morar para mais longe - já não eram cinco mas cerca de vinte quilómetros - e era difícil ir lá tão amiúde, quer fruto da minha atividade profissional, mas também dos encargos que tal implicavam. Fiquei descansado porque tinha outras pessoas que me dobravam nas ausências. Um senhor que mora lá perto e uma senhora que lá trabalhava. Assim, de certo modo, sentia-me tranquilo. Quando a matilha de Rio Tinto terminou, já lá vão dois anos, pedi a uma terceira pessoa, que entretanto tinha juntado a estas, para continuar a ajudar uma gatinha que por lá andava. A pessoa em causa é a minha amiga Paula Maia. A Paula já me vinha ajudando antes da adoção do Repinhas, e logo concordou em continuar com o processo, agora com a gatinha. (Cumpre informar que a matilha era o meu objetivo primeiro, embora não descartasse a gatinha que tinha lá aparecido mais recentemente). A Paula tinha-me dito que morava lá perto o que facilitava a escolha. Eu queria retirar-me porque já era difícil para mim manter a situação. Tinham sido dezassete anos, - muitos dos quais diariamente como atrás afirmei - e começava a ser difícil continuar. Sem apoio de ninguém, - coisa que, aliás, nunca aceitei, tendo até desviado para terceiros as ajudas que apareceram, quer de Portugal, quer do estrangeiro -, fazendo com que quem lá estava comigo se sentisse também mais respaldado e apoiado. Afinal eu tinha as minhas outras causas, mais perto do local onde vivo, e que nunca referi neste espaço. Na minha ligeireza de análise da situação, não medi as consequências, coisa muito pouco habitual em mim, mas também erro como todos. A Paula continuou a ir lá denudadamente, a fazer o seu melhor - e que bem o faz e disso dou testemunho - mas não pensei que as pessoas tinham as suas próprias causas e os recursos são limitados para todos. A Paula nunca desistiu daquilo que combinou comigo, mas penso ser tempo de ser eu a libertá-la. Assim, deixo aqui à Paula a nota de que já fez muito o qual agradeço do coração. Mas não quero que se sinta na obrigação de continuar só porque eu lhe pedi. Parece-me justo que a liberte desse compromisso e quero fazê-lo aqui e agora. Por mim, está liberta do que acordamos, se quiser continuar a ir, será necessariamente por sua vontade e desejo, sem que se sinta obrigada a um compromisso. Peço-lhe desculpa por ter chegado a esta conclusão tão tardiamente mas, como disse atrás, também tenho falhas que estou certo me perdoará. E daqui para a frente continuaremos com certeza esta saga dos animais. Afinal gostamos demasiado deles para lhes virar as costas. E mesmo para terminar, quero aqui deixar de novo o meu público e caloroso agradecimento por tudo o que fez e pela pessoa que é. Continuará certamente a espalhar o bem junto desses seres sem voz como eu o tentarei fazer também dentro daquilo que me for possível noutras paragens. Apenas me resta agora deixar-lhe aqui um profundo e sincero obrigado por tudo.
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