Turma Formadores Certform 66

Monday, December 28, 2009

A crise financeira e a recessão - XIII


Neste fim de ano de 2009 que se aproxima a passos largos, nem tudo parece ter sido mau. Apesar da crise económico-financeira a nível mundial, apesar do aumento do desemprego para valores nunca antes vistos, a economia da zona euro vai dando sinais de recuperação, tendo sido afastado, a semana passada, o cenário de recessão. Se a deflação, problema maior das economias, já parecia cada vez mais longe, a recessão continuava, tendo terminado oficialmente, quando foram divulgados os números do terceiro trimestre, que se traduziu por uma recuperação, a somar a igual tendência do semestre anterior, o que indiciou o fim da recessão técnica. É uma boa notícia, mas ainda não dá para embandeirar em arco. Este fenómeno só será mais evidente daqui a algum tempo, para já as populações ainda não o sentem duma maneira efectiva, porque entre o fenómeno estatístico e o impacto sobre cada um de nós vai uma grande distância. Para além disso, o desemprego, factor muito negativo que se está a viver neste momento, é minha convicção que irá continuar, ainda bem dentro do novo ano de 2010. Ir-se-á verificar um crescimento do desemprego, mas agora a taxas decrescente, indo estabilizar em determinado momento, e depois começará a regredir. Mas, como já o disse neste espaço, em ocasião anterior, os movimentos de queda são normalmente rápidos, e os de recuperação são mais lentos, dizemos que são "inelásticos". Daí que ainda teremos que passar por algumas aflições, antes da tão desejada luz ao fundo do túnel. Isto é válido para o nosso país como o é para os restantes. Portugal tem, contudo, um problema adicional. Somos uma economia pequena e periférica, daí que tenhamos índices de recuperação mais lentos, até porque dependemos de economias terceiras. Isto poderá conduzir, e estou certo que conduzirá, a uma situação anómala, a saber, que embora não tivessemos atingido os números tão negativos doutras economias, elas acabem por recuperar mais rapidamente do que a nossa. É um fenómeno já muito estudado, com aplicação noutras situações. Assim, embora não sejamos uma economia que tenha atingido índices tão maus quanto outras, poderemos ser, e sê-lo-emos com certeza, ultrapassados por outras economias maiores, e logo, mais dinâmicas. Contudo, isto não deixa de ser uma boa notícia, que nos faz encarar o novo ano com algum optimismo, embora duma forma prudente. Esperemos que as coisas corram melhor do que espero, o que seria um bom sintoma para Portugal e os portugueses.

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