A Cimeira de Copenhaga - Última oportunidade para o planeta?
Desde o início da semana passada, temos vindo a assistir à Cimeira de Copenhaga, que tantas expectativas está a criar no mundo inteiro. Não esperamos mais retórica inconsequente, temos a certeza de que o tempo escasseia cada vez mais, e são necessárias políticas firmes e decididas para levar em frente este ambicioso objectivo. Contudo, os principais poluidores do planeta, desde logo os EUA, a Rússia e a China, nem sempre têm tido vontade política de irem mais além. Desta vez, parece que os EUA estão mais decididos a dar um passo em frente, e a visita de Obama é, seguramente, um sinal disso mesmo. Antecipando esta visita, já a delegação americana tornava pública a sua intenção de ser mais ambiciosa do que até então tinha sido. Por isso, é que se têm vindo a travar fortes discussões entre a China e os EUA, visto o primeiro, não querer contribuir duma forma mais decidida para a redução de CO2 na atmosfera, protelando no tempo uma decisão, tal como os EUA fizeram até agora. A UE neste contexto, aparece com uma proposta decidida e ambiciosa. Quando já se falava em Copenhaga da redução de 20% dos efeitos poluentes, a UE avança com uma proposta muito mais arrojada de 30%, colocando assim, a UE como um dos motores do processo. Portugal fará um contributo importante, muito acima das suas possibilidades, algo que ontem foi muito elogiado pela UE, o que dá bem a ideia do empenho ambientalista que Portugal quer assumir no mundo. Tal não é surpreendente de todo, porque temos que perceber que, toda esta questão, afectará mais rapidamente e duma forma mais brutal, os países pequenos e mais vulneráveis como Portugal. Vamos ver até onde é possível ir, a Cimeira vai a meio, e hoje chegam os ministros do ambiente dos diferentes países, depois seguidos pelos presidentes e primeiros-ministros. Vamos a ver se é desta que as coisas vão mais além, porque é cada vez mais evidente que as alterações climáticas são uma evidência, e que dia após dia, a situação se torna mais insustentável. O planeta não irá aguentar eternamente esta situação. Para além, da crise económica, do desemprego, das questões mais ou menos bizantinas que apoquentam cada um de nós, se não houver planeta de nada nos serve a preocupação. Assim, é tempo de mudar de rumo e de política, - todos, porque o planeta é de todos - , para que consigamos legar um mundo melhor, mais limpo, mais ecológico às gerações futuras. Isto já não é retórica vã, basta olharmos à nossa volta e ver o que está a acontecer. Não podemos continuar a meter a cabeça na areia e fazer de conta que tudo vai bem. Aguardemos esta segunda e última semana - a Cimeira acaba a 18 deste mês - para ver se de facto se passou das palavras aos actos, e não se ficou, mais uma vez, por discursos inconsequentes e vazios de conteúdo, que a ninguém aproveita, desde logo ao planeta, a nossa casa comum.
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