Equivocos da democracia portuguesa - 31
A nossa democracia vai desfilando um rosário de equívocos que nos deixam de cara à banda. Cavaco Silva deixa pairar no ar que o diploma do casamento entre pessoas do mesmo sexo, ontem aprovado em Conselho de Ministros, poderá vir a conhecer o famoso "veto de gaveta". Com isto ele não quer fracturar a sociedade, segundo diz, nós pensamos que não quer é fracturar o eleitorado, porque as eleições presidenciais estão já aí, ao dobrar da esquina. A Igreja insurge-se, não percebendo que este tema tem a ver com direitos e não com religião, mesmo num país onde o Estado é laico e, portanto, separado da Igreja. O governo, melhor dizendo, o ministro da justiça, não concorda com o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, quanto à existência de legislação para controle dos jornalistas com vista a evitar a violação do segredo de justiça. Isto é, os jornalistas são os únicos que dizem o que muito bem lhes apetece e nada lhes acontece, basta ver como reagiram todos de imediato, - seja qual for o quadrante -, logo que se conheceu a proposta de Noronha do Nascimento. Vieram logo invocar a sacrossanta "liberdade de imprensa" que dá cobertura para tudo. Os patrões não querem aumentar o salário mínimo para 475 euros, - como se fosse possível viver com este dinheiro - em nome da tão famosa crise. Gostaríamos de saber o que diriam se tivessem que viver com esse dinheiro. Quando não havia crise, nunca proposeram aumento nenhum!!! Apesar de já terem acordado tudo isto em sede de concertação social. Agora, temos de novo, Santana Lopes - o tal que tem andado por aí - a querer um congresso extraordinário do PSD. MFL lá vai dizendo que sim, embora os seus pares venham dizer que não, e neste entretanto, o partido que é a única alternativa democrática do regime, lá se vê, mais uma vez, afundado em divisões, contradições e quejandos. Alberto João diz que nem quer saber de nada, os outros pensam o mesmo, mas não o dizem. Santana Lopes que era a favor das directas, agora parece que já não é!!! Como pode o eleitorado acreditar na credibilidade dum partido que não é capaz de se governar a si próprio, quanto mais governar um país. Com tudo isto, José Sócrates deve-se estar a rir, porque a alternativa ao seu governo é cada vez mais uma miragem. E assim, vai Portugal, cantando e rindo, não se sabe bem para onde...
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