Turma Formadores Certform 66

Thursday, December 17, 2009

Equivocos da democracia portuguesa - 30


Continuamos com as confusões e bizarrias que a nossa democracia não consegue afastar, por mais que muitos de nós, alertemos para a situação. Temos deputados que se insultam mutuamente, não se lembrando que estão a ser observados por um país que os alimenta com os seus impostos. Agora, temos a perspectiva de mais um Orçamento de Estado com sabor a "limiano", e isto já corre nos bastidores políticos. Parece que o governo fez um acordo com os deputados madeirenses para viabilizar o orçamento!!! Na mesma altura em que se debatia o orçamento rectificativo, atacavam-se os políticos madeirenses, acusando-os de despesismo, - o que até é verdade -, e horas depois havia um acordo, ao que se diz. Mas as afirmações de Alberto João não deixam margem para dúvidas. Mais uma vez o PSD no epicentro da polémica. Enquanto a direcção nacional e a liderança parlamentar dizia que nada sabia, e parece que não sabia mesmo, os deputados madeirenses lá iam dizendo que "não negam nenhuma possibilidade de acordo". Alberto João dizia que o PSD do Continente era uma "amálgama de grupinhos", enquanto o PSD madeirense falava a uma só voz. E ia mais longe, quando dizia que o "compromisso era uma forma responsável de fazer política". MFL lá teve que engolir mais um "sapito", porque com Alberto João não leva, seguramente, a melhor. Mas se todas estas confusões não bastassem, temos também a confusão na justiça, que nos envergonha a todos. E hoje, o sociólogo António Barreto, numa entrevista dada ao Jornal de Negócios, põe o dedo na ferida, quando diz que "a justiça era bem melhor no anterior regime do que neste", e diz ainda mais "que o pior destes dez últimos anos é a justiça". Culpando desde logo, "todos os seus agentes, advogados, juízes, magistrados do MP". Enfim, é caso para dizer, que mais nos vai acontecer. O grave de tudo isto, é que temos dificuldade em vislumbrar alternativas. Como já dissemos neste espaço, a única alternativa política em termos de alternância, está fragmentada, divida e sem rumo. O próprio PSD já vai admitindo que aguarda a sucessão para ver se põe a casa em ordem. No entretanto, limita-se a atirar lama aos outros, sem perceber, que muita dessa lama já lhe está pegada à pele como sarna. Os portugueses não deixam de ver isso com clareza, e as sondagens - como se isso fosse preciso - lá vão dizendo tudo. À que aguardar melhores dias, para ver se a política assume o estatuto dos grandes políticos - que já tivemos - , quanto à justiça, acho que todos já perdemos a esperança.

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