Turma Formadores Certform 66

Wednesday, January 13, 2010

O grito do profeta - Mahatma Gandhi

"Meu Senhor... Ajuda-me a dizer a verdade diante dos fortes e a não dizer mentiras para ganhar o aplauso dos débeis. Se me dás a fortuna, não me tires a razão. Se me dás o êxito, não me tires a humildade. Se me dás humildade, não me tires a dignidade. Ajuda-me sempre a ver a outra face da medalha, não me deixes culpar de traição a outrém por não pensar como eu. Ensina-me a querer aos outros como a mim mesmo. Não me deixes cair no orgulho se triunfo, nem no desespero se fracasso. Mas antes recorda-me que o fracasso é a experiência que precede o triunfo. Ensina-me que perdoar é um sinal de grandeza e que a vingança é um sinal de baixeza. Se me tiras o êxito, deixa-me forças para aprender com o fracasso. Se eu ofender alguém, dá-me energia para pedir desculpa e se alguém me ofende, dá-me energia para perdoar. Senhor... se eu me esquecer de ti, nunca te esqueças de mim!" Mahatma Gandhi. Não queria que este início de ano neste espaço fosse transformado num laudatório mais ou menos místico, mas na verdade quando olhamos para o mundo que nos rodeia, fica pouco espaço para uma atitude diferente. O ano anterior foi mau, este perfila-se não menos complicado. Parece que os deuses estão a conspirar connosco, ou talvez nós, já não acreditemos neles e deslizemos para a descrença com a maior das facilidades. Por vezes, vamos encontrar mensagens onde menos as esperamos. Como é o caso da que inicia esta pequena crónica, atribuída a Mahatma Gandhi. Quantos de nós seríamos capazes de dizer o que ele disse, e sobretudo, fazer o que ele fez. Num mundo desenhado pela violência, onde a lei do mais forte é a palavra de ordem, como poderemos agir desta maneira? A violência que nos entra todos os dias portas adentro, via televisão, - e não me refiro aos filmes, esses também violentos -, onde a cultura do mais forte é símbolo, quase diria sexual, como resistir? Até a BD, que na minha infância era toda ela "naive", hoje foi substituída por bonecos também eles violentos. A competição é estimulada, na escola, no emprego, ao longo da vida, tudo começando na nossa casa, onde os nossos pais também a erigiram como um ícon. Onde nos atropelamos uns aos outros, porque temos que vencer, porque o segundo é o primeiro dos últimos, sem honra e sem glória... Neste mundo virado às avessas, que mais nos resta? Já não à espaço para se ser criança, verdadeiramente criança, e não esse esteriótipo que vemos por aí. Já não à espaço para a inocência. Esta é um estígma, o ser ingénuo é uma condenação. Neste contexto, cada vez mais, temos dificuldade em ouvir o grito do profeta que clama cada vez mais no deserto... Palavras como as de Gandhi ficarão para a História. O Homem que derrutou um império sem recorrer a armas, poderá ser, deverá ser, um exemplo para todos nós. A palavra também é uma arma, talvez a mais mortífera e eficaz, por isso, tanta gente tem medo dela.

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