Turma Formadores Certform 66

Friday, September 16, 2011

Conversas comigo mesmo - XXVIII

Segundo muitos observadores, cresce cada vez mais na nossa sociedade o número daqueles que vivem de uma forma marcadamente individualista, alheios ou indiferentes ao mundo que os rodeia, alérgicos a compromissos ou responsabilidades que possam afectar a sua situação ou bem-estar. Trata-se de uma tendência anti-social tão antiga como a própria humanidade. Na verdade, a primeira pergunta que esse livro dos livros - a Bíblia - põe na boca do homem é precisamente esta: "Sou eu porventura o guarda do meu irmão?" Mas contra a tendência egoísta e insolidária ergue-se constantemente a voz dos profetas a chamar-nos a um relacionamento de atenção mútua, de co-responsabilidade e de entreajuda: "Filho do Homem, coloquei-te como sentinela na casa de Israel..." Ser sentinela é, precisamente, sentir-se responsável pelo bem e pelo mal que pode suceder aos outros, - que por vezes, no nosso egoísmo, ignoramos -, é ter consciência de que os seus actos ou omissões pesam também na vida e no destino do seu semelhante. Somos sentinelas uns dos outros nas diversas situações da nossa vida, sentinelas de turno ora beneficiando do bom exercício dessa missão, ora proporcionando benefícios, exercendo-a bem. E isto, como nos diz S. Paulo, é dar pleno cumprimento à Lei de Deus: "Amarás o próximo como a ti mesmo". Mas, quantos de nós percorremos este trilho? Quantos de nós fazem disto a sua bandeira? Quantos de nós fazem disto o seu sentido da vida?

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