Turma Formadores Certform 66

Monday, April 09, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 178

Depois da chegada da "troika" a situação melhorou? Claro que não. Daí a tentativa gorada de Sócrates de evitar que ela viesse. Daí a negociação do PEC IV com Bruxelas que teria dado melhores resultados, sem que chegassemos até aqui. A confusão governamental adensa-se, quais núvens que vão preenchendo o céu, e anunciando a iminência da tempestade. Até agora os subsídios que foram retirados eram para ser reposto em 2013, mas afinal só o serão em 2015 e faseados. O que significa que muita coisa se perdeu e que os portugueses não mais verão esses valores. Ontem Marcelo Rebelo de Sousa já o foi insinuando. Mas o mais extraordinário de tudo isto é que, ninguém se cansava de gritar ao anterior governo que era mentiroso, e agora, será que não se está a mentir duma forma descarada, diríamos mais, despudorada aos portugueses? Quando Vítor Gaspar vem assumir na Assembleia da República que houve um "lapso" não estaria a arcar com a mentira dum primeiro-ministro a quem ele teve que "tapar"? Ouçam sobre este tema, também, o que Marcelo Rebelo de Sousa acha de tudo isto, e ficamos com as ideias bem precisas da situação. Depois assisitimos impávidos e serenos, ao fim das reformas antecipadas, feito à socapa, numa atitude sem precedentes em Portugal, onde os parceiros sociais foram, simplesmente, ignorados. Tal levou a que Silva Peneda, figura importante do PSD, afirmasse a semana passada sobre a suspensão das reformas antecipadas que, "a concertação social não existe só quando dá jeito, é uma forma de governação". As "trapalhadas" do executivo são tais que já motivaram que o um ex-líder do PSD viesse a terreiro dizer que "o governo é um desastre a comunicar", quem o fez foi Luís Marques Mendes. Mas como se a confusão já não fosse suficiente, Passos Coelho veio admitir, em entrevista ao jornal alemão Die Welt que afinal "acha difícil que regressemos aos mercados em 2013". Essa que foi uma das bandeira do governo caiu por terra. Mas não seria preciso que se chegasse a tanto. Já aqui defendemos muitas vezes essa impossibilidade em que só um tolo acredita. Hoje mesmo o FMI mandou mais um "recado" ao governo quando diz que "não vê estratégia de crescimento a partir de 2013"! O que é verdade, e isto significa apenas isto, quando o memorando da "troika" acabar o país estará ainda pior e sem estratégia de recuperação económica o que levará a novo resgate, a mais medidas de austeridade e ao empobrecimento generalizado do país, para níveis ainda mais abaixo do que aqueles em que estamos. Claro que isso passa, desde logo, por uma estratégia do ministro da economia, e essa estratégia não existe, como parece não existir nenhum ministro dessa pasta. A juntar a tudo isto, começa a haver uma falta de diálogo com o principal partido da oposição. E isso é grave porque, como disse Jorge Sampaio, "tal puderá levar a uma ruptura no apoio das medidas preconizadas pela "troika" embora essa julgue que o consenso alargado ainda existe, e que tem sido o grande trunfo a apresentar ao exterior". Numa Europa a braços com uma crise sem precedentes, onde tudo parece andar à deriva, Portugal vai mergulhando nesta "apagada e vil tristeza" - como diz o poeta - sem rumo e sem glória. A "albanização" do país está em curso pelas mãos dum executivo que tinha a "receita mágica" para resolver a situação de Portugal em dois meses! Será que ainda há quem se lembre das afirmações dos dirigentes do PSD - então na oposição - e, sobretudo, do seu ex-líder parlamentar, Miguel Macedo, obscuro ministro deste governo? Pois é bom que repesquem as afirmação então produzidas e as comparem com a "praxis" política actual. Depois tirem as conclusões de quem tem mentido aos portugueses!...

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