Conversas comigo mesmo - LXXXVIII
Hoje, como vem sendo habitual nestes últimos domingos, - embora não seja obrigatório tal -, venho-vos falar de Jesus. Ninguém como S. Paulo, exprimiu de modo tão simples e profundo, a união íntima, vital, dinâmica e constante que deve existir entre o cristão e o seu Mestre: "Eu vivo. Mas já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim" (Gálatas 2,20). Tudo começou no seu encontro com Ele, no caminho... Depois, foi o abrir confiante à sua palavra e o segui-lo com firmeza inabalável, sempre no sentido de uma assimilação plena do seu espírito e da sua vontade. Assim nasceu e se aprofundou essa mútua permanência a que Jesus nos convida também: "Permanecei em Mim e eu permanecerei em vós". Permanecer em Cristo significa, como nos lembra o Evangelho, permanecer nas suas palavras. Isto é, recebê-las de coração aberto e livre; aprofundá-las no estudo e na meditação para lhes beber e assimilar o espírito. Traduzi-las em frutos de boas obras de bondade e de misericórdia. Permanecer em Cristo significa, também, aderir a uma comunidade de cristãos, e inserir-se nela como membro vivo, interessado e participativo, inserir-se numa comunidade concreta com espírito realista de quem sabe que não há comunidades perfeitas, e aí permanecer e actuar de modo a contribuir para que ela se torne, cada vez mais, sinal da presença e da acção de Jesus Cristo. Na verdade, ser cristão é ser Igreja, pois é através dela que nos incorporamos em Cristo e nos tornamos seus membros. Membros dos quais se esperam, sempre, os actos e os gestos que Jesus fez e ensinou. Neste Dia da Mãe este pode ser um bom tema de reflexão, em nome da nossa Mãe, esteja ela presente ou já ausente, e neste último caso, ainda com mais acuidade, porque só nos caminhos da fé - seja lá ela qual for - pudemos reencontrar o conforto de quem já partiu e que esperamos que esteja num mundo bem melhor, mais junto e fraterno, do que este em que ainda vivemos.
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