Turma Formadores Certform 66

Sunday, July 08, 2012

Conversas comigo mesmo - XCVIII


É preciso escutá-los. É sublime e fundamental a missão do profeta. Mas a sua palavra é, quase sempre, uma espada de dois gumes, pois a sua missão é "arrancar e demolir, plantar e construir". (Jer. 1,10). Por isso, soa às vezes, para uns como palavra de luz e esperança, de alento e de estímulo, de vida e de renovação, enquanto para outros é palavra que perturba e acusa, que questiona e inquieta, tornando-se incómoda e insuportável. Daí a tentação e a prática desde há muito seguida: silenciar o profeta e expulsá-lo da cidade. Proceder assim - e procede-se tantas vezes - é deitar fora os germes de toda a necessária renovação. Na verdade, como disse alguém: "Uma sociedade que domestica os seus rebeldes ganha paz mas perde o futuro". E os profetas fazem parte dos melhores rebeldes. Importa escutá-los. "Jesus dirigiu-se à sua terra e começou a ensinar na Sinagoga. Os numerosos ouvintes estavam admirados e diziam: ' - Donde Lhe vem tudo isto? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada? Não é ele o carpinteiro, filho de Maria?' Jesus disse-lhes: ' - Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e em sua casa' ". O episódio da Sinagoga de Nazaré, que S. Marcos nos conta hoje, - o 14º Domingo do Tempo Comum - esclarece e tranquiliza todos aqueles que têm e sentem a responsabilidade: de evangelizar, de anunciar Jesus Cristo e a sua mensagem, de propor a fé e os valores cristãos seja na família, seja no seu ambiente social, seja onde for, e verificam que a sua preocupação e o seu esforço nada ou pouco conseguem, confrontando-se, muitas vezes, com atitudes de desinteresse ou de rejeição declarada. Com Jesus aconteceu o mesmo. E o discípulo não é mais do que o Mestre. A missão que nos cabe é continuar a propor a fé, não a impô-la. E o valor da proposta tem a ver com a verdade e a qualidade do nosso testemunho.

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