Turma Formadores Certform 66

Tuesday, July 17, 2012

À memória de um grande Homem – Herbert von Karajan


Herbert von Karajan nasceu em Salzburgo a 5 de Abril de 1908 e viria a falecer em Anif a 16 de Abril de 1989. Tornou-se famoso por ser um dos mais importantes maestros do século XX, tendo passando 35 anos à frente da Orquestra Filarmónica de Berlim. Mas para mim, ele foi muito mais do que um brilhante maestro, ele foi um excelente técnico de som. Muitos puristas estarão a ficar arrepiados com esta afirmação, mas é a pura das verdades. Karajan veio revolucionar a técnica de gravação orquestral, colocando microfones em zonas estratégicas da orquestra, ampliando o som e dando uma outra dimensão às obras. Tornou-se célebre a gravação das nove sinfonias de Ludwig van Beethoven onde esta técnica foi apresentada pela primeira vez. As obras de Beethoven que são possuidoras dum som pungente, viram-se projetadas numa outra dimensão que até aí o público não estava habituado. Essa coleção de sinfonias veio a conhecer a luz do dia numa excelente sequência de gravações digitais apresentadas pela Deutsche Grammophon. Embora com alguns anos, ainda são inspiradoras para muitos engenheiros de som nas gravações mais recentes. Dono duma classe ímpar, Karajan viveu muito tempo em Salzburgo, numa casa que fica paredes meias com uma das casas onde viveu Wolfgang Amadeus Mozart, na mesma praça e onde já tive o prazer de estar. Pura coincidência ou premonição, o certo é que ele também se tornaria uma celebridade incontornável do século XX, mesmo para aqueles que não são cultores da música dita clássica. Apesar de, já nos últimos anos de vida, se ver envolvido numa polémica em torno da sua pretensa admiração do regime nazi, o certo é que isso não bastou para ensombrar tão elevada personalidade que muito contribuiu para a divulgação da arte musical. Ontem passaram 23 anos sobre o dia da sua morte e queria aqui recordá-lo, não só pelo artista que foi mas, sobretudo, pelo que muito influenciou muitas das pessoas que percorrem este género musical. Foi pela mão de Karajan que aprendi a gostar de alguma música que até aí me parecia um pouco inacessível. Este é o condão das grandes personalidades que conseguem transformar o difícil em algo de acessível, mesmo para os não iniciados, como se dum passe de mágica se tratasse. Para além das polémicas, fica o grande homem, o grande artista e tudo o resto, aquilo a que se costuma chamar de “espuma dos dias”, inevitavelmente foi parar no caixote do lixo da História onde normalmente se encontram esses ruídos do mundo. Hoje celebra-se a sua memória, e essa nunca deixará de pairar sobre todos nós, como é apanágio dos grandes homens.

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