Turma Formadores Certform 66

Saturday, March 16, 2013

Equivocos da democracia portuguesa - 244

Hoje ficamos a saber que Portugal está a morrer, exangue, sem forças para resistir a tanta incompetência, a tanto disparate. Hoje estamos a assistir a algo de tristemente histórico, uma nação com quase novecentos anos está a desfalecer. Depois de estar a ser retalha e vendida ao metro quadrado, Portugal está a chegar ao fim. Se dúvidas houvesse Vítor Gaspar desfêz-las ontem. Gaspar e este governo têm falhado todas as previsões, mas não pela positiva, infelizmente. A recessão que o governo dizia que seria de 1%, depois foi corrigida para 1,9%, mas afinal vai ser de 2,3%! O defice que o governo dizia que ficaria abaixo dos 5%, afinal ficou nos 6,6%! E em 2013 não ficará nos 5% como foi afirmado, mas sim nos 5,5%, em 2014 nos 4% e em 2015 nos 2,5%. (Isto se o governo não voltar a falhar como vem sendo habitual!). O desemprego vai estar nos 19% podendo ultrpassar a barreira dos 20%, isto é, mais de um milhão de desempregado oficiais porque, como já afirmamos por diversas vezes, se considerarmos os que não se inscrevem nos centros de emprego porque já não acreditam, naqueles que não têm qualquer apoio social e dos muitos jovens e não só que têm emigrado, a barreira já ultrapassou há muito o milhão e meio! Mas na conferência de hoje de Vítor Gaspar ficou por se saber mais do que aquilo que foi dito. Porque o governo não sabe ou porque o governo está a tentar protelar porque tem dúvidas de como o dizer aos portugueses. Embora o ministro das finanças se esforce por negar as conexões semânticas, o certo é que estamos mesmo dentro duma espiral recessiva. E já o estamos há vários meses como o denunciamos neste espaço há algum tempo atrás. E, embora Miguel Frasquilho tente tapar o sol com a peneira dizendo que o projeto inicial foi mal negociado, isto não passa duma falácia que só descredibiliza quem a faz. Todos sabemos que o "memorandum da Troika" já foi revisto por diversas vezes, sendo hoje algo de muito diferente do original. Afirmações destas, em vez de ajudarem o executivo, apenas colocam a nú a incompetência do mesmo. E depois de tudo isto, Gaspar fica satisfeito apenas porque temos mais um ano, por "sermos bons alunos"! Mas se a Holanda também o teve porque não Portugal? O que fica de tudo isto é que o termos mais tempo significa termos mais dívida. Em 2012 cada português (incluindo as crianças) tinha uma dívida de 20.000 euros, em 2013 terá uma dívida de 21.100 euros! Esta é que é a dura realidade. E o problema não é externo - como pretende o governo insinuar - mas sim interno e deste executivo. No passado a culpa era do anterior executivo, que até parece que condicionou a Europa e os próprios EUA. Hoje justifica-se com o exterior. Todos sabemos que a situação americana condicionou a Europa e esta Portugal, em 2010/2011. Então negou-se a evidência. Alguns portugueses entraram no canto da sereia e agora lamentam-se. O segredo de tudo isto está no abaixamento dos juros da dívida pública porque com estes juros não é possível pagar esta. Mesmo economistas do espetro liberal já não o negam. E ou somos capazes disso ou não saímos desta situação. Por mais que Gaspar diga - mudando de discurso - que a negociação foi feita "em nome dos portugueses"(!) já ninguém de boa fé o levará a sério. Como amanhã a capa do Expresso vai publicar "A Troika culpa governo pelo falhanço das políticas"! Porque se quis ir mais longe, porque se quis ser subserviente, porque se é incompetente. Não percebemos como ainda existem pessoas a defender estes senhores. Se Gaspar falou "em nome dos portugueses" seguramente que nem de todos. Em nosso nome não falou certamente porque nunca aceitaríamos sem representados por quem nunca acertou uma previsão, porque quem não fez corretamente o seu trabalho de casa - embora tente passar a ideia contrária. Depois de dois anos de poder, este governo tem como legado mais desemprego, mais defice, mais dívida, mais recessão, em suma, mais miséria! E se continuam a justificar-se com o passado só porão a nú a sua incapacidade. Cavaco faz alertas que o executivo ignora, afirma que ele tinha razão sobre muitas coisas, mas face à dura realidade nada faz. Belém parece estar em "sede vacante". E os portugueses estão cada vez mais desesperados, não já para viver, mas para sobreviver. Somos dos que defendem o cumprimento das legislaturas, mas face a tudo isto, a este descalabro nacional, parece que algo deveria de ser (tem de ser) feito. Este governo está descridibilizado, está exausto, já nada tem para oferecer aos portugueses. Quando existirá coragem - por parte do Presidente da República - para assumir as suas prerrogativas, os seus poderes que o cargo lhe confere, o cargo para o qual foi eleito pelos portugueses.

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