Novas do Nicolau
Já vai para um par de dias que não vos trago notícias do Nicolau. Após cerca de dois meses após a sua enfermidade, é cada vez mais claro as sequelas que ficarão. A cabeça um pouco inclinada - que ainda poderá vir corrigir-se com o tempo, mas não é certeza -, a vista afetada - sobretudo a esquerda, do mesmo lado que ele paralisou durante algum tempo -, a audição mais débil, um torpor ao caminhar, que ele tenta corrigir, mas que é visível, o cérebro vai dando sinais, aqui e além, de ter sido seriamente afetado - coisa que também nos foi dito logo pelos veterinários. O meu velho companheiro de tantos anos nunca mais será o mesmo, mas isso já era mais que previsível. A somar a tudo isto, os anos que vão pesando, e muito. Mas o Nicolau não se dá por vencido. Se cai logo se levanta e continua como se nada fosse. Sobe e desce escadas imensas vezes por dia e, a somar a tudo isto, está um mimalho incrível. Se o escovamos, logo rezinga, se queremos limpar-lhe as orelhas, mostra logo o seu mau feitio, se nos deslocamos para ali ou acolá, basta olhar e ele logo está atrás de nós como uma sombra. Agora que se habituou a ter os donos por perto, não abdica deles. No sábado passado, (e contrariando as indicações dos veterinários) ele teve que ficar sozinho cerca de três horas. Um problema de saúde grave aconteceu e não tínhamos outra hipótese. Quando chegamos foi uma festa tremenda. Mas creio que ele estava pior do que no dia anterior. Talvez fruto dos nervos acumulados por se sentir sozinho. O Nicolau agora está muito diferente. Quando um de nós sai, outro tem que ficar. Porque, por vezes, tem as suas crises e precisa de alguém por perto. A nossa vida mudou bastante e assim continuará enquanto ele existir. Mas a isso fazemos face com todo o à vontade porque o importante é contar com ele na nossa vida por mais algum tempo. Este velho companheiro de tantos anos é muito importante para nós. E ele sente-o e, creio até, que explora a situação. Que a saúde não lhe falte nos próximos tempos é o que mais desejo. A sua presença nas nossas vidas é por demais relevante.
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