Turma Formadores Certform 66

Friday, August 14, 2009

A crise financeira e a recessão X


Cá estou eu de volta, ainda não passaram vinte e quatro horas sobre o último comentário. Mas as coisas são assim, e nestas últimas vinte e quatro horas muito tem acontecido. Ontem, foi o indicador do INE sobre a economia portuguesa, hoje é o valor do desemprego. Todos estamos de acordo que, a verdadeira recuperação acontecerá com uma evidente retoma do emprego, problema maior da nossa democracia, neste momento. Hoje as dúvidas foram desfeitas, o desemprego atingiu o valor de 9,1%, o valor mais elevado desde o 25 de Abril. Isto não nos deve levar a concluir que os números apresentados ontem, mais não passem do que fantasias. Não é assim. Ontem, comentei que os indicadores do INE tiravam a economia da recessão. Isto é um facto, resta saber se duma maneira continuada, ou se pontual. Ontem também, fiquei surpreendido com os comentários das representantes da CGTP e do Bloco de Esquerda. Ambas associavam o fim da economia em recessão só ser um facto com a diminuição do desemprego. Seria bom se assim fosse, mas não é assim, e fiquei surpreendido com essas afirmações, que só indiciam a luta política que se prepara em vésperas de eleições, e nada mais do que isso. Quando uma economia sai da recessão, mesmo que seja duma forma continuada, não implica, imediatamente, que o desemprego diminua. A economia precisa de tempo para se ajustar às novas regras, aos novos equilíbrios, que levarão as empresas a investir. Por agora, os empresários estão na expectativa, logo os efeitos não seriam nunca imediatos. Só depois da confiança restabelecida é que as empresas começarão a redimensionar-se, o que levará, estou certo, à tão desejada queda do nível de desemprego. Como já ontem referi, é necessário dar tempo ao tempo. Aliás, a saída da economia portuguesa da recessão, pode ter sido causada pelo grande investimento público ou pelo abaixamento dos preços. Por isso digo que, só na próxima revisão saberemos se estamos perante algo definitivo ou não. Não esquecemos que acompanhamos dois dos países motores da UE, a França e a Alemanha, mas não deixemos de ter presente que a vizinha Espanha até viu o seu indicador agravado, o que não é nada bom para Portugal, que tem uma grande envolvência com o país vizinho. Até ao nível do emprego, e todos sabemos que muita mão-de-obra está a regressar por não encontrar trabalho no país vizinho. Não devemos esquecer que Espanha, para além da crise, se viu envolvida na chamada "bolha imobiliária", (uma espécie de "subprime" que atingiu os EUA, com as devidas distâncias), e não esquecemos também que a maioria da mão-de-obra portuguesa em Espanha está sobretudo ligada à construção civil. Assim, o que ressalta de tudo isto, é que devemos ficar esperançados quanto às notícias de ontem, e esperemos que seja o fim da recessão duma forma definitiva. Quanto ao índice do desemprego, infelizmente, não é assim. Mas também é preciso saber distinguir as coisas. Uma não implica a outra no imediato, e só a verboreia política que por aí anda, poderá confundir os menos ligados a estas questões.

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