O homem que inspirou a palavra maniqueísmo, o profeta  Mani, finalmente teve a atenção que merece no livro "Jardins de Luz" (Jardins de Lumière). O autor Amin Maalouf oferece-nos uma  visão mais ampla sobre o profeta que tinha como objectivo maior  conciliar todas as religiões em uma só. Neste  romance, o profeta — que foi médico e pintor — tem a sua vida  reconstituída numa história que começa menos  de dois séculos após a morte de Cristo. O seu pai, um  príncipe, renuncia ao trono e afasta o filho, Mani, de sua  mãe, para que ambos possam seguir Sittai, o fundador de uma  seita agnóstica. No entanto, aos 24 anos, o profeta tem a sua  primeira revelação ao escutar uma voz que revela o seu  destino: "subjugar reis, empurrar as crenças e perturbar o  mundo". De uma das grandes religiões da  Antiguidade — que teve seguidores na Índia, China,  África, Itália e Sul da Espanha —, o que resta hoje do  maniqueísmo é a visão deformada que se  resume numa palavra que soa como um insulto:  maniqueísta. A descoberta  de fontes árabes, persas e  arménias renovaram o conhecimento a respeito de  Mani,  além da recente  exumação de documentos e  manuscritos escondidos perto de Tebessa — Argélia —, que  trouxeram à tona novos dados sobre o protagonista do  romance "Jardins de Luz", de Amin Maalouf. Nascido a 25 de Fevereiro de 1949, perto de Beirute, no Líbano. Jornalista, Amin Maalouf cobriu eventos  como a guerra do Vietnam e a revolução iraniana. O  autor também publicou 
Les Croisades vues par les Arabes,  Samarcande e o premiado romance
 Léon l’African,  baseado na vida de um viajante do século XVI. Prémio Astúrias deste ano, Amin Maalouf vê assim reconhecido - se tal ainda fosse necessário - o seu valor como escritor e romancista. É altura de olharmos para o outro lado da barreira, conhecendo autores que têm uma visão diferente da nossa - porque do outro lado dessa barreira - mas não menos importantes e interessantes. Resta dizer que a edição portuguesa é da Difel. A "devorar" com espírito aberto com a perspectiva de que só quando conhecemos todos os lados da verdade é que conhecemos a verdade em definitivo. Aqui fica a sugestão e o aconselhamento.
  
 
    
     
    
    
    
    
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