Turma Formadores Certform 66

Monday, November 22, 2010

A crise financeira e a recessão - XL


Todos ficámos surpreendidos pelas declarações de Luís Amado, o nosso ministro dos negócios estrangeiros, proferidas em entrevista ao jornal Expresso de à duas semanas atrás. Sobretudo, sobre as declarações finais onde se colocava a hipótese de, se as coisas continuarem como estão, não ser de excluir a possibilidade da saída de Portugal da zona euro. Esta afirmação provocou um verdadeiro cataclismo político em Portugal e no estrangeiro, o que não foi bom para a agitação que os mercados financeiros - sobretudo, o mercado primário - têm mostrado relativamente aos países periféricos e, desde logo, a Portugal. Estas afirmações pareciam deslocadas e carentes de fundamento até, Herman Van Rompuy - presidente da UE -, ter feito uma afirmação semelhante em Bruxelas, ainda com um alcance maior quando colocava a hipótese duma desagregação do euro. Angela Merkel foi pelo mesmo caminho dizendo que o fim do euro, caso se venha a verificar, seria o fim da UE. Que estranha coincidência esta, de vários líderes terem tocado no mesmo ponto na mesma altura. Ficámos com a sensação de que Luís Amado foi um porta-voz, em Portugal, de algum desencanto que se faz sentir dentro da UE e, sobretudo, dentro da zona euro. Todos sabemos que, se Portugal sair da zona euro, seria uma catástrofe para o nosso país, mas a UE ficava também em má situação, porque um precedente destes poderia levar a atitudes semelhantes de outros estados membros da União e, consequentemente, a uma desagregação da moeda única, logo, da própria UE. No nosso caso, fica a dúvida do que viria a seguir, seria de novo o escudo ou outra coisa qualquer? Mas, dada a situação económico-financeira de Portugal, essa moeda teria que ser fortemente desvalorizada logo à nascença, o que seria de todo impensável. Daí o constrangimento. Mas quando ouvimos outros líderes europeus colocar a mesma questão, ficámos com a sensação de que se passa algo mais que não é do conhecimento das populações dos vários países da UE. Será que o euro ficou aquém das expectativas criadas, será que existem condicionalismos internos que estão a perturbar os mercados? Que se passa afinal? Não somos do que aceitam liminarmente as coincidências. Achamos que algo não vai bem no seio da UE e, sobretudo, dentro da chamada zona euro. Vamos ver como tudo isto evolui, mas não nos esqueçamos que o euro tem estado debaixo de um forte ataque especulativo desde algum tempo. Estejamos atentos, porque parece que virão, a breve trecho, novidades que, na nossa óptica, não serão as melhores. A crise aí está, esperemos que não se venha a agravar, ainda mais, com esta questão do euro.

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