Turma Formadores Certform 66

Monday, June 20, 2011

Conversas comigo mesmo - XVI

Ontem, domingo, na liturgia católica celebrou-se a festa da Santíssima Trindade, que não é mais do que, um convite à contemplação do mistério de Deus, à luz do Evangelho, e uma renovada exortação a dar-lhe glória no compromisso de viver à sua imagem. Celebrar esta festa é, pois, abrirmo-nos à presença envolvente de um Deus que é origem e sentido da nossa vida; é dispormo-nos a viver, seguindo Jesus, o Filho de Deus, e descobrir n'Ele e com ele que a verdadeira postura na vida é a atitude filial diante de Deus e a atitude fraternal perante o próximo; é aprender a viver guiados pelo Espírito, o Espírito de Deus que Jesus testemunhou e que, agora, nos comunica, e donde nos vem o impulso e a sabedoria para vivermos de forma mais lúcida e compassiva, mais livre e solidária. O mistério da Santíssima Trindade não é um problema de matemática, mas um dinamismo de vida em que estamos incorporados e que devemos viver também. Dinamismo de vida que é diálogo, doação e comunicação. Pois dizer que o Homem foi criado à imagem de Deus, é afirmar a sua vocação comunitária e que a tarefa de cada pessoa e da Humanidade, em geral, é realizar essa vocação. Na verdade, a imagem de Deus não é o indivíduo isolado: é a comunidade dos homens. Por isso, não foi acaso que, em muitas diocese, se celebra o dia diocesano da família. Como comunidade de vida e de amor, a família é, ou pode ser, uma bela imagem do mistério de Deus que hoje celebramos. Este também é dia, em algumas dioceses, onde se celebra o fim da catequese, isto é, para aqueles que completaram todo o ciclo catequético. Isto, naturalmente, para os que professam o catolicismo, porque para outros será uma realidade diferente, embora como dizia o antigo bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, - o bispo que se opôs a Salazar -, "tenho muita Fé nos ateus, porque se forem honestos, chegarão a Deus". Muitas vezes, um crente tem mais dificuldades, acrescento eu.

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