Turma Formadores Certform 66

Monday, September 19, 2011

Connversas comigo mesmo - XXIX

O novo Papa Bento XVI sempre foi considerado pela maioria dos fiéis como um homem distante. Sem o poder comunicacional do seu antecessor João Paulo II, muito se tem esforçado em recuperar essa imagem de marca. Mas apesar disso, ninguém deixa de ver em Bento XVI um intelectual, um homem de letras, um estudioso. Assim, achei por bem trazer a este espaço, uma passagem do texto da Via Sacra que foi efectuada em Madrid o mês passado, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude. Dizia assim: "À medida que íamos avançando com Jesus até chegar ao cimo da sua entrega no Calvário, vinham-nos à mente as palavras de S. Paulo: 'Cristo amou-me e a Si mesmo Se entrega por mim' (Gal. 2,20). À vista de um amor assim desinteressado, cheios de admiração e reconhecimento perguntamo-nos agora: Que havemos nós de fazer por Ele? Que resposta Lhe daremos? S. João no-lo diz claramente: 'Foi com isto que conhecemos o amor: Ele, Jesus, deu a sua vida por nós; assim também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos' (I Jo. 3,16). A paixão de Cristo incita-nos a carregar sobre os nossos ombros o sofrimento do mundo, com a certeza de que Deus não é alguém distante ou alheio ao homem e às suas vicissitudes; pelo contrário, fez-Se um de nós 'para poder padecer com o homem, de modo muito real, na carne e no sangue (...). a partir de lá entrou em todo o sofrimento humano alguém que partilha o sofrimento e a sua suportação; a partir de lá propaga-se em todo o sofrimento a consolação do amor solidário de Deus, surgindo assim a estrela da esperança' (Spe salvi, 39). Oxalá saibamos acolher estas lições e pô-las em prática. Com tal finalidade, olhemos para Cristo, suspenso no duro madeiro, e peçamos-Lhe que nos ensine esta misteriosa sabedoria da cruz, graças à qual vive o homem. A cruz não foi o desfecho de um fracasso, mas o modo de exprimir a entrega amorosa que vai até à doacção máxima da própria vida. O Pai quis amar os homens no abraço do seu Filho crucificado por amor. Na sua forma e significado, a cruz representa esse amor do Pai e de Cristo pelos homens. Nela reconhecemos o ícone do amor supremo, onde aprendemos a amar o que Deus ama e como Ele o faz: esta é a Boa Nova que devolve a esperança ao mundo". Palavras sábias, reflexão profunda, sobre um dos mistérios mais importantes dos cristãos: o mistério da Cruz. Reflexão muito interessante e desapaixonada de Bento XVI que nos dá uma outra maneira de olhar e, sobretudo, de pensar sobre tudo isto. A Bento XVI voltaremos em breve - neste espaço -, sobre a sua actividade como pensador. Para ver se o compreendemos melhor, se nos aproximamos mais dele como ele tem tentado aproximar-se de nós.

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