Turma Formadores Certform 66

Friday, October 14, 2011

Equivocos da democracia portuguesa - 140

"Não apoiaremos o PEC 4 porque não queremos que os portugueses continuam a sofrer com mais impostos". "Se formos governo não aumentaremos a carga fiscal porque a achamos excessiva neste momento". Sabem quem disse estas palavras? Foi o actual PM, Passos Coelho. É certo que se estava a tentar derrubar um governo para que ele pudesse "ir ao pote", e depois na campanha eleitoral, vi-mo-lo reafirmar o mesmo. Contudo que é que vemos? O subsídio de Natal deste ano foi desviado. Os subsídios de Natal e de férias em 2012 e 2013 vão ser retirados. O IVA vai ser aumentado mais uma vez. O horário de trabalho é aumentado, mas sem acréscimo de remuneração! Mas alguém ouviu Passos Coelho dizer algo sobre o crescimento da economia? Evidentemente que não. Este governo já provou que não tem ministro da economia, apenas um senhor arrogante quando tem que prestar contas aos deputados que, ainda por cima, nem sequer é capaz de fazer o seu trabalho de casa, como aconteceu na audição na última comissão parlamentar de economia. A arrogância, quase sempre, esconde a incompetência e a falta de ideias. E ideias é coisa que não existe nesse ministério que nem ministro tem, apenas um qualquer "amanuense" que polula nos corredores do poder. Mas agora, à que perguntar àqueles que chamavam mentiroso ao anterior PM, que é que ganharam com a troca? Nomeadamente a Fenprof, que tanto criticou o anterior PM, que se apressou a reunir com o actual ainda enquanto candidato, e agora, vê um exército de professores desempregados e as escolas a encerrar? E os sindicatos da função pública, que tanto vilipendiaram o anterior executivo, e que agora vêem substancialmente reduzidas as suas mordomias? E o SNS que vem sendo cirurgicamente destruído dia após dia? Estes já não são mentirosos? Era esta a mudança que queriam? Não vale a pena fazerem-se de "virgens ofendidas", vocês contribuíram com os vossos actos e acções para colocar no poder este "grupelho de rapazolas" que tinham como único objectivo o "ir ao pote", como bem disse, o seu chefe. Afinal, ele até nem enganou ninguém, disse ao que vinha, quais eram os seus propósitos, e a maioria dos portugueses concordou. Afinal de que se queixam agora? Mais uma frase: "Nunca ninguém me verá invocar o anterior governo para justificar as medidas que tiver que tomar". Sabem quem disse isto? Pois foi, mais uma vez o actual PM. Contudo, não foi o que vimos ontem, nem desde à algum tempo a esta parte. Por parte dos seus seguidores, que foram preparando o terreno, contando com as habituais "fugas de informação" que conduziram até, à discussão na praça pública de algumas medidas do OE para 2012, sem que os partidos ainda tivessem conhecimento do texto. Na sua fúria desenfreada de implementar a sua agenda ultra-liberal, o governo não olha a meios, indo muito para além daquilo que a "troika" exige. Esta foi a altura escolhida, no meio do turbilhão, para fazer o maior ataque ultra-liberal alguma vez já visto em Portugal. Este "grupelho" vai conduzir o nosso país para a miséria mais recôndita, vai colocar o país aos níveis dos de 1975 e, incompreensivelmente, parece que todos estamos de acordo. A despesa ainda não foi cortada. Ainda não vimos os nossos "ilustres ministros" irem de carro utilitário ou de bicicleta para os ministérios ou até de transportes públicos, como se vê noutros países que estão bem melhores do que nós. Não vemos a redução do número de motoristas, secretárias e outros parasitas, que encarecem a máquina do Estado, mas o pobre cidadão comum, já com a sua vida destruída, esmagado por medidas de que não à memória, esse sim, é que vai pagar a tão propalada "crise", termo que ajuda e muito, a seguir muito mais além do que aquilo que era necessário. E o país parece ficar indiferente, apático, o que até se compreende. A consciência colectiva vai acusando a maioria de todos nós, que foi responsável por colocar esta "gentelha" no poder. Assim, o espaço para a crítica é nenhum. Hoje assistiremos, provavelmente, à ultra-liberal e incompetente Merkel, vir a terreiro dizer que Portugal está no bom caminho. O "mulherengo" Sarkozy virá atrás, afinal não pode contradizer a sua Merkel, e a Europa continuará a desfazer-se às mãos deste "par romântico" apostado em destruir o legado que receberam de verdadeiros estadistas, - que eles nunca serão -, destruindo assim as nossas vidas. Portugal está a caminhar para ser uma outra Grécia, sem glória, às mãos destes "amanuenses da política" que alguns de nós ajudaram a colocar no poder. Até a Igreja não ficou indiferente. Ainda ontem D. Januário Torgal Ferreira afirmava que "este é um governo cobrador de impostos". Nem a conservadora Igreja Católica pôde ficar indiferente, embora já se tenha disponibilizado para alterar os feriados religiosos, coisa que considerava uma heresia quando o governo anterior falou do assunto. O processo de "albanização" de Portugal está em curso e parece que ainda ninguém deu por nada. Resta saber até quando os portugueses vão aceitar esta canga que lhe estão a colocar ao pescoço. Embora para muitos, seja aquilo que merecem depois do que fizeram e disseram no passado recente. Acabamos como começamos. Ainda se lembram do PEC 4? Que saudades! Se tivesse sido aprovado nunca teríamos chegado aqui. Mas era fundamental que não o fosse. Afinal, era chegado o tempo de "ir ao pote"...

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