Turma Formadores Certform 66

Saturday, December 08, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 229

Ontem assistimos a mais um debate quinzenal na AR. Um espetáculo que cada vez fica mais triste e deprimente. Tentamos saber se, de facto, tínhamos, nós também, interpretado mal Vítor Gaspar. Mas apesar do esforço do PM, este foi em vão. Afinal, Vítor Gaspar não se enganou, nem teve a humildade de dizer que se precipitou. (Juncker teve um problema de tradução!!!) Que os alemães não deixam que tenhamos as mesmas condições da Grécia, que afinal, estamos condenados ao mesmo inferno que nos há-de colocar ao nível da Grécia e bem mais cedo do que tarde. Gostaríamos de nos enganar, mas as evidências são cada vez mais precisas. A tirania alemã, a sobranceria germânica que levou a duas guerras mundiais, está aí de novo. E esperemos que não destrua a Europa como aconteceu no século passado. O poderia alemão, depois da reunificação, que foi construído com a ajuda dos restantes países europeus, - a Grécia foi um deles -, que sempre defenderam a Alemanha após a reunificação, vêem-se hoje esmagadas por ela. Sem honra e sem glória, os países periféricos estão a sentir a mordaça alemã, não já dos exércitos mas da economia. A descida aos infernos começou e não lhe vamos escapar, sobretudo, com um PM subserviente ao "diktat" alemão e um ministro das finanças que aposta em mostrar serviço, na expectativa dum lugar em Bruxelas que parece que lhe está à mão. Muitas vozes se têm levantado dentro e fora dos partidos do governo, mas sem resultado. A casmurrice de Passos Coelho passou a ser viral. E o CDS que parece que anda a enviar cartas à "troika" deveria, isso sim, enfrentar a situação e não perder tempo com missivas que têm como destino o caixote do lixo. Toda agente já viu a situação, até o FMI reconhece o seu erro, mas por cá, insiste-se na mesma senda de empobrecimento e destruição dum país com quase nove séculos de História. Destroem-se as empresas emblemáticas da nossa identidade, que são vendidas a preço de saldo, destrói-se a economia, destroem-se milhares de postos de trabalho, destrói-se o emblemático SNS tão elogiado além-fronteiras, destrói-se a escola pública, reduzindo o país a um retrocesso civilizacional, onde a ignorância será a palavra chave. A escola para ricos aí está, como a saúde para ricos vai-se firmando dia após dia. A destruição do estado social é evidente. Somos dos que achamos que nem tudo estava bem no SNS, que havia necessidade de correções, mas a sua destruição pura e simples é um verdadeiro atentado. Depois de tudo isto passar, o PM terá seguramente um bom emprego - ou algo parecido com um emprego -, numa das empresas dos amigos, Gaspar terá seguramente o seu lugar em Bruxelas e o resto do país definhará. Será um país em cinzas. Um país de terra queimada. Esta é a nossa sina, está é a nossa vergonha. Vergonha de ter dirigentes assim, e de estes se arrogarem o direito de sobranceria interna que contrasta a  subserviência além fronteiras. Tudo o resto é fado. O nosso triste fado, como aquele simbolizado pela canção nacional que lhe dá o nome.

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