Equivocos da democracia portuguesa - 232
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, esteve entre nós. Ele que
já tinha criticado o FMI por estar sempre a exigir mais e mais austeridade
fruto de políticas erradas, que o próprio FMI assume como tal, diz que assim
não vamos lá. "Só austeridade sem crescimento não tirará o país da crise
em que se encontra" acrescentou. Mas Schulz foi mais longe, quando viu da
varanda da AR os feirantes a manifestarem-se quis saber o que se passava e logo
quis vir junto deles e falar-lhes. Contou a sua experiência de vida, emocionou
os manifestantes, e foi-se embora sob uma chuva de aplausos. Quão distantes
estão estas atitudes daquelas que vemos do nosso tirânico governo! Tirânico,
sim, e para quem tenha dúvidas, não deixem de escutar a entrevista que o Prof.
Adriano Moreira deu à Antena 1, hoje mesmo. "A matriz deste
governo é ultraliberal com laivos de autoritarismo", assim preto no
branco, sem papas na língua, o Prof. Adriano Moreira sintetizou aquilo que
muitos de nós já tínhamos visto e escrito, sobre este grupo de pessoas que
agora nos governa. Para os defensores do executivo - será que ainda os há? - o
Prof. Adriano Moreira deve ter vestido a pele dum perigoso comunista,
extremista de metralhadora em punho, qual Rambo, a lutar contra estas pessoas
que se dizem de bem. Mas não. O Prof. Adriano Moreira é um eminente
catedrático, ex-ministro dos negócios estrangeiros do Estado Novo, com quem
saiu em rutura, por não concordar com a política salazarista para as colónias.
Foi também uma figura de proa do CDS, antes de este ser PP, de populista e
co-responsável pela destruição dum país, empobrecimento dum povo, destruição de
empregos e de muitas famílias. Por mais que Paulo Portas e seus seguidores
queiram buscar a quadratura do círculo, penso que todos já vimos o embuste que
nos querem impingir. Hoje, quer dentro de fronteiras, como na Europa, já
ninguém acredita nesta política e neste governo. Descredibilizado, desonesto,
com um programa que pretende fazer passar à socapa, bem diferente daquele que
foi referendado a quando das eleições. Basta ver o que aconteceu com a fuga de
informação do relatório do FMI que é bem disso exemplo. (E Paulo Portas não
escondeu a irritação por mais esta fuga, porque se sente conivente com este
embuste). Venderam a ilusão a um povo de que iam salvar o país, depois
impingiram-lhe (impingem-lhe) um programa que reduz o país e as pessoas à
miséria extrema. Governo sem coluna vertebral, que se ajoelha perante os seus
parceiros europeus, nomeadamente a Sra. Merkel, que é quem verdadeiramente
manda neste país, dá a imagem dum governo sem programa próprio, que repete
entre muros aquilo que, lá de fora, lhe mandam dizer, sem capacidade de reação
para defender os interesses que são os nossos. Hoje temos um governo
"estrangeirado", que já não representa os interesses do país. Uma
espécie de ocupação dos "filipes" como aconteceu no passado mais
remoto que nos governou de 1580 até 1640. (Será por isso que eliminaram o
feriado?) E para quem diga que é um governo legitimamente eleito, dizemos que por mais
legitimidade democrática que tenha, já a perdeu quando passou a impor a um país
um programa bem diferente daquele que foi sufragado. É pena que ainda não tenha
surgido nenhum líder para nos levar à "restauração", à redenção
dizemos nós.
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