Turma Formadores Certform 66

Saturday, December 28, 2013

Equivocos da democracia portuguesa - 314

Quando se fala de austeridade e contenção nos custos é sempre bom olharmos com atenção para a prática seguida pelos governantes. Os carros são de luxo, as secretárias são várias para cada ministro, as assessorias são principescas. A propósito dos custos com que este Governo assumiu com assessorias, fizemos, há pouco tempo atrás, uma publicação acerca do assunto. Agora que se sabe que PSD/CDS-PP entregaram quase meio milhão de euros à Morais Leitão, Galvão Teles da Silva e Associados, pela assessoria jurídica com os contractos dos swaps, e ainda mais 500 mil euros à StormHarbour, pela assessoria financeira, aproveitamos para recordar que, em 2013, este Governo entregou também cerca de 700 mil euros à Vieira de Almeida e Associados, pela assessoria legal para a privatização dos CTT. São quase 2 milhões de euros pagos por dois processos apenas. Afinal, quem anda a viver acima das suas possibilidades? Ah, já agora, qual foi o resultado das milionárias assessorias contratadas para resolver os contractos dos swaps? Conseguiram uma brilhante solução que beneficia o Estado? Conseguiram poupar dinheiro ao contribuinte? Conseguiram cancelar os especulativos contractos de swaps, como fez um simples empresário de Barcelos? Não. Após cerca de um milhão de euros entregues em assessorias jurídicas e financeiras, o Estado resolveu pagar e calar. Para já, calcula-se que o custo dos swaps deverá rondar os mil milhões e seiscentos mil euros (1.600.000.000), que é mais do dobro do valor que este Governo quer cortar nas pensões de reformados. Estão, portanto, a tentar tirar dinheiro aos reformados para pagarem os swaps aos bancos. Assim não se motiva um país já de si depauperado, nem se motiva o cidadão para aceitar as enormes restrições que lhe vêm a ser impostas desde há quase três anos. "Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço" parece ser o lema do executivo. Mas não é assim que se vai em frente. Não é assim que se acalma a descrença popular, campo sempre fértil para um qualquer "iluminado". É tempo de começarmos a olhar para os detalhes para que depois não fiquemos surpreendidos face às consequências.

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