Equivocos da democracia portuguesa - 321
Temos vindo a assistir a mais um enlevo da governação ultraliberal que nos saiu em sorte vai para três anos. O enlevo dum pretenso consenso com o PS, o mesmo PS que foi afastado das grandes decisões durante toda a governação ultraliberal, e que só aparece quando o governo está em apuros. Sim, é mesmo disso que se trata. Apuros. É que apesar do foguetório sobre o pretenso "milagre" económico que não se vê, da dívida que não pára de crescer, da falácia do desemprego aparentemente que diminuiu fruto da emigração e dos que já nem tentam arranjá-lo, mas que na prática se traduz da diminuição líquida de postos de trabalho - como em anterior comentário fizemos referência -, do empobrecimento das famílias e logo da nação que nos reduziu a níveis de à 40 anos atrás, enfim, depois de todo este cenário, é caso para dizer que a governação está em apuros, logo, nada melhor do que engajar o PS no cortejo fúnebre da governação. Mas parece que a perturbação começou a campear por todo o lado e em todos os setores. A presidência da República anda para trás e para a frente sem rumo muito claro, a Assembleia da República cada vez mais desprestigiada em que a sua presidente vem agora pedir apoio dum qualquer mecenas para celebrar os 40 anos do 25 de Abril (!) - coisa logo retirada pelo desconforto que criou em todos, até nos seus confrades -, e dum governo que vai mostrando uma aparente união que é mais ilusória do que real. Quando Portas - mais uma vez ele - vem dizer que para 2015 à que baixar o IRS, (coisa que nunca o primeiro-ministro ou a ministra das finanças assumiram), parece que está a preparar mais um conflito interno, nada que não se resolva com mais uma saída "irrevogável" - afinal já tem experiência destas situações confrangedoras. Agora ninguém pensa nisso, porque o governo ( e não só ) já está em campanha eleitoral e vai daí tudo é um mar de rosas com o leite e o mel a escorrerem pelas paredes. As eleições europeias estão de facto aí à porta. Estas costumam passar um pouco ao lado dos eleitores, mas agora, seria bom que não acontecesse o mesmo. Porque a Europa precisa dum novo rumo, - visto este já ter demonstrado ao que veio -, dum rumo que coloque os países membros num patamar diferente, que faça terminar duma vez por todas esta saga de miséria em que os ultraliberais nos mergulharam. O que faz com que o número dos eurocéticos não deixe de aumentar. Para isso, é preciso que se vote em força para que uma nova política resgate esta que tem vigorado e crie as condições para que os países do sul vejam a tão desejada luz ao fundo do túnel. E isso é urgente. E isso é fundamental que aconteça para bem da União Europeia. Porque o descontentamento é muito. Porque esse descontentamento está a contaminar os eleitores. Porque toda esta situação pode levar à destruição do projeto europeu. A possível vitória da extrema-direita em França pode e deve ser o sinal de alerta que é preciso fazer algo e muito rapidamente. O projeto europeu tem sido o travão a uma conflitualidade latente na Europa, que atingiu o seu apogeu na II Guerra Mundial. É preciso fazer algo. É preciso dar um sinal de que a Europa fraterna e solidária, com um projeto social que fez inveja ao mundo, está de volta. Para bem da Europa e dos europeus.
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