Turma Formadores Certform 66

Monday, April 21, 2014

Gabriel García Marquez (1927-2014)

Todos sabemos que o nosso tempo é finito. Mas nem sempre - para não dizer quase nunca - o aceitamos como tal. Isso leva-nos a que quando alguém desaparece fiquemos como órfãos, mesmo que não tenhamos conhecido a pessoa em causa. Este foi o caso quando soube da morte de Gabriel García Márquez, escritor e jornalista, editor e ativista político. De origem colombiana, García Márquez foi polarizando o nosso imaginários com os seus fabulosos livros. Considerado um dos autores mais importantes do século XX, foi um dos escritores mais admirados e traduzidos no mundo, com mais de 40 milhões de livros vendidos e traduzidos em 36 idiomas. Foi laureado com o Prémio Intenacional Neustadt de Literaura em 1972, e o Nobel da Literatura de 1982 pelo conjunto de sua obra, que entre outros livros inclui o aclamado "Cem Anos de Solidão", (o primeiro livro que li da sua autoria). Foi responsável por criar o realismo mágico na literatura latino-americana. Viajou muito pela Europa e viveu até à morte no México. (Daí as suas cinzas terem sido distribuídas entre a Colômbia e o México). Foi um escritor proscrito em Portugal nos tempos da ditadura como tantos outros e a ânsia da sua descoberta veio com a Revolução dos Cravos. Por isso, ele me ajudou a ver o mundo com outros olhos, Porque os seus olhos eram os dum latino-americano, filho dum continente que muito tem sofrido pelas várias tiranias que tem enfrentado. Por isso me impressionou a sua escrita. Quando por cá passou em 1975 e escreveu sobre a revolução em Portugal, passou quase despercebido. Era até desconhecido para a maioria dos portugueses que nunca tinham tido contacto com a sua obra. Mas a obra impôs-se e eu - tal como muitos jovens nessa altura - mergulhamos no seu imaginário mágico mas consciente que nos transportou para uma outra realidade que por cá se tentou ocultar durante muitas décadas. Por isso, estou-lhe grato e curvo-me perante a sua memória. García Márquez nasceu a 6 de Março de 1927 em Aracataca na Colômbia e faleceu há poucos dias, mais precisamente, a 17 de Abril de 2014 na Cidade do México. Era casado com Mercedes Barcha, o amor da sua vida desde 1958 até à sua morte. Da sua vasta obra, alguma foi passada ao cinema como foi o caso de "O Amor nos Tempos de Cólera", "A Bela Palomera", "Juego Peligroso", "O Veneno da Madrugada", "Presagio", etc. O tempo da nossa vida é finito embora nem sempre o queiramos admitir. Por isso, devemos começar já a (re)descobrir a sua fantástica obra porque os tempos são de urgência, porque os gestos marcam a diferença. Descansa em paz, Gabriel García Márquez! 

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