Turma Formadores Certform 66

Friday, August 21, 2009

Equivocos da democracia portuguesa


Assistimos, à minutos, à entrevista de Manuela Ferreira Leite. Quando julgávamos ficar mais esclarecidos sobre a estratégia para Portugal, daquela que pode vir a ser primeira-ministra, ficamos desiludidos. Manuela Ferreira Leite não tem o dom da palavra e da comunicação, já todos sabemos isso, mas que caia na tentação de facilitismo que tanto critica nos outros, em especial a José Sócrates, não deixa de ser doloroso e pouco sério para quem se reinvidica de portadora da verdade (quiçá, absoluta)! Já assistimos à elaboração das listas para as legislativas e ao sectarismos que as envolveu, criticadas até, e sobretudo, de dentro do próprio partido. O equívoco de ir buscar um nome importante como Maria José Nogueira Pinto, que apoia o PSD nas legislativas e o PS na Câmara de Lisboa!!! (Gostaria de dizer que Maria José Nogueira Pinto é uma pessoa que muito admiro, e por isso, tenho alguma dificuldade em aceitar que se preste a este papel, a menos que seja para irritar Paulo Portas. Em linguagem futebolística digamos que o PSD fez uma aquisição que joga por si na Liga, e contra si na Taça! Olhem se a moda pega no futebol, a confusão que por aí irá, para além daquela que já existe). Mas voltemos a Manuela Ferreira Leite. Depois de alguma atrapalhação para justificar o afastamento dos que se lhe opuseram no Congresso, depois duma não explicação da posição de equilibrista de Maria José Nogueira Pinto, assistimos ao impensável, para não dizer irresponsável. Manuela Ferreira Leite que sempre afirmou que não se poderiam baixar os impostos, acaba por dar o dito por não dito, e afirmar o seu contrário, ao arrepio da verdade que diz defender, como até, ao arrepio dos mais básicos princípios da economia. Não é preciso ser economista, (e Manuela Ferreira Leite é-o), para saber que nesta altura, o abaixamento de impostos é impossível, podendo por em causa tudo aquilo que foi feito e que tanto tem custado aos portugueses. Na política não pode valer tudo, e quando esse "tudo" se prende com questões de índole técnica, mais que política, é muito grave. Não se pode dizer uma coisa num dia, e o seu contrário no seguinte. Afinal onde está a credibilidade e a política de verdade? Mas o melhor ainda estava para vir. Quando interpelada por Judite de Sousa sobre que compromisso assumia com os portugueses, Manuela Ferreira Leite, disse apenas isto: "Não assumo compromisso nenhum". Perante a perplexidade da entrevistadora, e com certeza, de todos aqueles que a escutavam, ficamos a saber que se confiarmos o voto ao PSD não sabemos o que nos espera. Por ventura um programa "déjà vu", que parece estar a ser alvo dum parto difícil, e uma possível primeira-ministra que não assume nada para o futuro, ou pelo menos não o revela. Como podemos acreditar na bondade das propostas do PSD, face a este cenário, traçado ao mais alto nível pela sua líder? Todos temos o direito de nos equivocarmos, menos nas actividades que fazemos, mas quando isso implica a vida de um país, convenhamos que é grave e pouco sério.

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