Turma Formadores Certform 66

Tuesday, September 22, 2009

Equivocos da democracia portuguesa - 17


Afinal o mistério das "escutas" começa a fenecer. Fernando Lima, a tal "fonte anónima" que encomendou a notícia ao Público, foi demitido por Cavaco Silva. A demissão deixa um grande embaraço ao PSD e a Manuela Ferreira Leite, que na sexta-feira passada, fez um aproveitamento deste assunto, dizendo que os directores de jornais estavam sob escuta, ontem viu o seu castelo sórdido ruir. Não foi por acaso, que hoje, Paulo Rangel lá foi dizendo que isso é um assunto da Presidência da República e que não irá afectar a campanha. Na sexta-feira passada não era essa a opinião. Aliás, o clima de "asfixia democrática" que Manuela Ferreira Leite tanto tem usado, tomando este exemplo por paradigma, lá se foi por água abaixo. Manuela Ferreira Leite tem sido vítima dos seus assessores de campanha, que a vão empurrando nesta ou naquela direcção, o que vem provar que MFL não tem grande conhecimento dos assuntos, e por trás daquele ar duro, se vai escondendo uma grande inépcia. Como já dissemos neste espaço, estamos certo que se MFL for eleita primeira-ministra, não será ela a tomar as decisões, mas um grupo de assessores lhe irá ditando a estratégia, sem que as suas opiniões sejam ouvidas, e isso é grave, muito grave. Cavaco Silva terá, com certeza, já reparado nisso, e acabou por despoletar um assunto que tinha armadilhado contra o PS e Sócrates. "Estamos perante um golpe baixo e sórdido que pretendia incriminar o governo e o PS influenciando as próprias eleições. Com esta demissão a bomba que estava armadilhada contra o governo acabou por rebentar nas mãos de Cavaco Silva", quem disse isto ontem, foi o director de informação da SIC, Ricardo Costa. Mas acrescentou que era importante que Cavaco Silva desse mais esclarecimentos sobre este caso e não o deixasse morrer assim. Já Marcelo Rebelo de Sousa no domingo, dizia que este assunto era um disparate e que "o assessor do presidente tinha cometido um erro e merecia um puxão de orelhas". José Manuel Fernandes director do Público que cometeu um erro crasso ao embarcar nesta história, - ou talvez não! - estamos certos que terá os dias contados à frente do Público, penso que os próximos seis meses dirão se temos ou não razão. Mas a grande dúvida fica no ar, Cavaco Silva estava a par disto tudo ou não? Para quem não queria instabilizar o campanha eleitoral, teve um comportamento estranho. De à dezoito meses para cá, que este assunto mexia, e Cavaco nada disse; desde Agosto último que este assunto voltou, e Cavaco manteve o silêncio, porquê? Há silêncios ensurdecedores e este é um deles. Mas não tenhamos dúvidas que o assunto não apareceu por acaso nesta altura. Parafraeando Cavaco, ele não é ingénuo, tal qual o não era a jornalista que o entrevistava... mas nós, os portugueses, também não o somos, ou Cavaco acha que sim?

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