Equivocos da democracia portuguesa - 13
Muito se tem discutido nesta campanha eleitoral, cada vez mais centrada no TGV. Já aqui deixamos a nossa opinião de que achamos muito importante que este investimento vá em frente. Contudo, e face à situação que o país atravessa, há mais assuntos, há mais mundo para além do TGV. Mas voltamos ao tema do TGV porque ele é paradigma da irresponsabilidade política de Manuela Ferreira Leite. A sua irresponsabilidade já passou, à muito, as fronteiras do país. Desde logo a reacção de Espanha, que não se fez esperar. Todos nos lembramos, e Manuela Ferreira Leite também, que as relações entre Portugal e Espanha nem sempre se pautaram pela cordialidade. Levou muito tempo a que tal se conseguisse, e um deslize infeliz, (como dizem alguns dos seus próximos, que se tem mantido apenas para salvar a face), possa vir a deitar tudo a perder. Hoje a União Europeia também mostrou o seu desagrado e a sua perplexidade, criando assim, uma onda de repulsa ainda maior. Podemos até afirmar, que alguns próximos de Durão Barroso, que amanhã será eleito presidente da Comissão, mostraram o seu desagrado e embaraço face a tal situação, e entre eles há pessoas do PSD. Pelos vistos, Manuela Ferreira Leite está empenhada em seguir a política Alberto João Jardim, mas para isso nem tem o estilo nem a pouca vergonha desse senhor, ou pelo menos, dá-mos-lhe o benefício da dúvida. Aquilo que pretende ser um ar de firmeza, qual padeira de Aljubarrota, não passa de teimosia e irresponsabilidade que muito acentua a impreparação que tem para o cargo para o qual pretende ser eleita. Poderá Manuela Ferreira Leite não querer contribuir para o desemprego de África ou da Ucrânia, mas ela, sempre preocupada com a situação económica do país, desbarata os milhões de euros que nos entrariam pela porta dentro, e dos quais estamos tão necessitados? Ela que até, enquanto ministra de Estado, assinou um protocolo com Espanha para quatro linhas!!! Isto, para além de irresponsabilidade, mostra uma falta de sentido de Estado enorme. Quando anteriormente falavamos na votação do menos mau, é precisamente nestas situações que estamos a pensar. Nestas e noutras, porque "gaffes" ou seja lá o que for, é o que não falta a Manuela Ferreira Leite. Isto também tem a ver com mais um equívoco da nossa democracia, a que já anteriormente fizemos referência, a saber, a centralidade da nossa democracia em dois partidos, sempre os mesmos, com propostas que não mudam substancialmente, nem se distinguem entre si, duma forma evidente, porque ambos os partidos, PS e PSD, sabem de antemão que não têm que se esforçar por isso, porque o voto invariavelmente lhes vai ter às mãos. Ora um, ora outro, ora governas tu, ora governo eu, e nós todos a assistir sem que decidamos ter a coragem de assumir outras propostas. Porque no fundo a culpa é nossa, em Democracia, o povo tem nas suas mãos a escolha, isto é, tem nas suas mãos o voto que lhe dá a força da razão.
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