Turma Formadores Certform 66

Friday, August 28, 2009

Equivocos da democracia portuguesa - 5


Assistimos hoje à tão esperada apresentação do programa eleitoral do PSD. Afinal a "montanha pariu um rato". O que ficou do programa é o destruir do que foi feito, "rasgar" é a palavra que a líder tanto gosta de aplicar, agradando a gregos e troianos duma maneira, no mínimo, despudorada. Vejamos apenas alguns exemplos. A alteração ao estatuto de carreira dos professores. Muito bem, mas qual é a alternativa? Ninguém sabe. Hoje dizia-me um professor, que não estava bem, mas agora está ainda mais preocupado, porque não sabe o que vem por aí. O estatuto do aluno, óptimo, mas qual a alternativa? Temos que esperar para ver. O TGV que era uma opção do governo Durão Barroso, subscrito pela ministra de Estado e das Finanças, Manuela Ferreira Leite, agora é para parar imediatamente. Quando ela era ministra estavam programadas cinco linhas(!), leram bem, eram cinco linhas para o TGV. O simples adiar desta obra representa um grande atraso do país face ao exterior, nomeadamente Espanha. Ouçam com atenção o que diz sobre isto o bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Ferreira Santos. "Portugal não pode competir com a Europa utilizando linhas que já vêm do século passado e que não estão, de todo, ajustadas às necessidades presentes e, muito menos, às futuras. Trata-se dum grave erro". Para Manuela Ferreira Leite o aeroporto, só se fará faseado. Com a baixa produtividade portuguesa, só no século XXII o teremos pronto. Quando era ministra havia uma urgência grande, e até havia já um local aprovado, a OTA, lembram-se? Enfim, aquilo que seria um "compromisso com a verdade" não passa dum compromisso com algo que só saberemos depois, se o PSD for governo. Infelizmente, começamo-nos a habituar a estas despudoradas trapalhadas em época eleitoral. Penso que já nos vamos habituando a isso, e isso é que é grave. Passamos a aceitar estas coisas como "traquinhices" de miúdos. Quando vemos outros partidos prometerem o paraíso e por vezes obtemos o inferno (PS), quando vemos partidos a oferecerem mais do mesmo, porque não têm opção governativa (PCP), quando vemos partidos a falarem de cátedra, como se fossem detentores da verdade absoluta, porque sabem que não fazem parte do "arco governamental" (Bloco de Esquerda), quando vemos partidos a falarem de povo, (seja lá isso o que for), na linguagem mais populista e falsa, não deixando de medir as palavras, porque poderão ser a "muleta" para um futuro governo (CDS/PP), enfim, que mais nos restará. Este é mais um equívoco da democracia portuguesa. Os políticos que até se constituem a si próprios numa classe, a "classe política" como todos já ouvimos dizer, estão mais interessados em perpectuar os seus "empregos políticos" do que em fazer, seja lá o que for, pelo povo. No fundo, são todos amigos de tertúlia, que se riem do seu próprio povo, e daquilo que lhes fizeram acreditar a quando da propaganda eleitoral. Não esqueçamos que para alguns, se perderem o "tacho" da política não sabem fazer mais nada. Pobre democracia, por que caminhos ínvios te levaram.

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