Equivocos da democracia portuguesa - 10
Temos vindo a assistir aos debates políticos com vista às legislativas de 27 de Setembro próximo. Desde logo, à que analisar a forma destes mesmos debates. Somos favoráveis aos debates em terreno neutro, não vindo assim a facilitar este ou aquele candidato. Depois o cenário. O fundo preto, sem qualquer outra decoração, é bom para focar a atenção nos candidatos e não dispersar o telespectador. Quanto aos moderadores a coisa fica mais complexa. A representante da RTP muito à-vontade e incisiva, a da SIC claramente mal preparada e a da TVI acusando o "jogar fora" chega, às vezes, a ser confusa, mesmo com ela própria. Quanto ao formato, parece-nos redutor. Com exposições de dois minutos e meio e réplicas de um minuto, não se pode dizer muito, esplanar ideias, quebrando-se o verdadeiro efeito de debate transformado em pequenos monólogos, aqui ou ali temperado com algum condimento. Pensamos que o formato, do ponto de vista do debate é pobre. Dos debates que vimos até agora, tudo sem sabido a pouco, diria mais, não tem passado duma "charada". Ainda ontem, no debate entre Manuela Ferreira Leite e Francisco Louçã, apesar das diferenças evidentes, desde logo, do ponto de vista ideológico, acabamos por ver e ouvir o impensável. Já na segunda metade, Manuela Ferreira Leite começou a concordar com Francisco Louçã, este muito hábil e com traquejo enorme de debates. No fim ainda esperavamos que Francisco Louçã recrutasse a sua opositora para o Bloco de Esquerda!!! O que fica de tudo isto é um sabor a pouco. Os eleitores, estamos convencidos, não se deixarão influenciar por estes debates. Quem já tem as suas ideias arrumadas, continuará a tê-las, e mesmos os indecisos, não sei se o deixarão de ser pelo efeitos desta troca de ideias. No fundo, fica-se com a sensação de cumprimento de mais um ritual do que outra coisa qualquer. Damos uma nota baixa a estes confrontos porque achamos que daqui não sairá nada de positivo.
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