Turma Formadores Certform 66

Wednesday, July 07, 2010

A crise financeira e a recessão - XXXIII

Portugal como os restantes países europeus continuam a enfrentar uma crise sem precedentes. Esta situação continuará ainda por mais algum tempo, facto que até os políticos já vão reconhecendo. A situação entre nós, que é aquela que mais nos interessa, é deveras preocupante. A falta de liquidez da banca portuguesa, a incapacidade desta se vir a financiar regularmente no exterior, o ataque que o euro tem vindo a sofrer desde a algum tempo, a exigência da UE para que os seus membros apliquem restrições fortes de molde a controlar o déficit externo, - todas esta razões -, não são de molde a nos deixar tranquilos. O desemprego que não pára de aumentar, o crescimento económico incipiente - divergimos diariamente da UE - não nos pode deixar descansados. Isto é tanto mais preocupante quando parece que estamos a viajar em círculo sem rumo definido. Se a economia não cresce ou cresce pouco - crescimento da ordem dos 0,7% é praticamente a estagnação - não se pode criar emprego. Os empresários ficam receosos e a criação de postos de trabalho são uma miragem. Mesmo que não se criem novos postos de trabalho, não podemos esquecer aqueles que chegam ao mercado de trabalho, nomeadamente jovens, que não vêm futuro nas suas legítimas aspirações, e que vêm engrossar as fileiras dos desempregados. O acesso ao fundo de desemprego é mais limitado porque o Estado começa também a ter falta de recursos, o que conduz ao ciclo de "espiral de pobreza", designação do léxico dos economistas, que encerra uma terrível verdade, dramaticamente testada ao longo dos tempos, o de começarmos a cortar nos gastos que levam a uma queda da aquisição de bens, as empresas não produzem porque não escoam o produto no mercado, logo há excedentes de trabalhadores que são enviados para o desemprego, o que conduz a mais restrições ao consumo. Mas para além disso, a não actividade económica ou uma actividade mais reduzida, conduz inevitavelmente à recessão económica que queríamos cada vez mais longe de nós, e que de novo se começa a perfilar no futuro. Não devemos entrar em pânico mas devemos ter a consciência que os tempos vão difíceis e continuarão assim ainda por mais algum tempo.

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