Dia de Portugal - Castelo Branco
Hoje, dia 10 de Junho, celebra-se mais um dia de Portugal. Este ano ensombrado pela crise política, económica, financeira e social, em que o nosso país está mergulhado. Num momento que não é compaginável com festas celebramos mais esta efeméride, sem sabermos bem aquilo que nos espera - pelo menos a maioria dos portugueses que não leu o memorando da "troika" e a quem a campanha eleitoral não serviu para esclarecer -, mas com a convicção de que tempos difíceis por aí virão e durante um período longo. Se Portugal já vinha vivendo uma crise latente, embora não visível, à décadas - não foi só o governo de Sócrates o culpado como muitos o querem fazer crer -, esta foi potenciada pela crise internacional, bem como, por uma certa indefinição duma UE em formato liberal que está a ser conduzida - conscientemente ou não - para a sua desagregação. E se isso vier a acontecer, os países periféricos mas frágeis como Portugal sofrerão ainda mais do que o que já estão e vão continuar a sofrer. Crise internacional que foi escamoteada por muitos - desde logo, Cavaco Silva - que não se deve lembrar que foi no seu tempo de PM que as coisas começaram a correr mal, embora isso não fosse visível para a maioria dos portugueses, e o governo de então, também não achou conveniente trazer a lume a situação. Quem não se lembra das palavras do Prof. Miguel Cadilhe - figura destacada do PSD - quando dissertou sobre "O Monstro", artigo que provocou polémica junto de alguns puristas - leia-se cavaquistas - de então. Como sabemos é mais fácil acusar um governo do que explicar a crise, as suas razões e origens. Mas um novo governo está aí, na linha do pensamento liberal de Cavaco Silva, e veremos o que vai acontecer. Contudo, o importante é registar que as coisas estão difíceis, vão continuar difíceis, sem que se saibam ao certo por quanto tempo. E não será só em 2012 e 2013, como se diz por aí, e o memorando da "troika" indicia. Será, seguramente, por uma década, por mais desagradável que isto pareça. É neste cenário que este ano, em Castelo Branco, se celebrará o dia de Portugal, com algumas manifestações sociais, o tradicional discurso do PR, - que este ano será mais brando certamente porque já se conseguiu afastar Sócrates -, e depois as tradicionais condecorações a algumas personalidades - que nem sempre justificaram algo para as merecer. Depois o tradicional almoço, - porque a fome aperta depois de tudo isto -, e depois regressamos todos à realidade, nua e crua, que nos espera a todos, embora não doa a todos da mesma maneira. Mais do que o dia de Portugal, acho que temos que pensar que esta celebração será o dia de um certo Portugal, perdido na bruma, na boa tradição sebastianista de que tanto gostamos. Viva Portugal!
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