Turma Formadores Certform 66

Thursday, September 22, 2011

Jesus de Nazaré - Joseph Ratzinger aliás, Bento XVI

O prometido é devido, por isso, aqui estou a falar de novo sobre Bento XVI a propósito do seu último livro. "Quis fazer a tentativa de apresentar o Jesus dos evangelhos, como o Jesus real, como o 'Jesus histórico' em sentido verdadeiro e próprio. Estou convencido - e espero que também o leitor possa dar conta do mesmo - que esta figura é muito mais lógica e, do ponto de vista histórico, até mais reconhecível do que as reconstruções com que deparámos nas últimas décadas. Penso que precisamente este Jesus - o dos evangelhos - seja uma figura historicamente sensata e convincente. somente se aconteceu algo de extraordinário, se a figura e as palavras de Jesus superaram radicalmente todas as esperanças e expectativas de então é que se explica a sua crucificação e a sua eficácia. Cerca de vinte anos após a morte de Jesus, já encontramos, no grande hino a Cristo da carta aos Filipenses (2, 6-11), uma cristologia plenamente desenvolvida, na qual se proclama que Jesus era igual a Deus, mas despojou-Se a Si mesmo, fez-se homem, humilhou-Se até à morte na cruz, e agora é-Lhe devida a homenagem da criação inteira, a adoração que, no profeta Isaías (45, 23), Deus proclamara como devida apenas a Si mesmo. Com razão a pesquisa crítica se põe a pergunta: O que é que aconteceu nestes vinte anos que se seguiram à crucificação de Jesus? Como se chegou a esta cristologia? A acção de formações comunitárias anónimas, cujos mentores se procura descobrir, na realidade não explica nada. Como é possível que grupos desconhecidos pudessem ser tão criativos, convencer e deste modo impor-se? Não é mais lógico, mesmo do ponto de vista histórico, que a grandeza do fenómeno se encontre no princípio e que a figura de Jesus, na prática, tenha feito saltar todas as categorias disponíveis e deste modo tenha sido possível compreendê-la apenas a partir do mistério de Deus?" - Bento XVI. Estas são as palavras que Joseph Ratzinger - aliás, Papa Bento XVI - nos diz no seu livro dedicado à figura de Jesus de Nazaré. Este livro é a II parte que se dedica à figura de Jesus, este abarcando o período da entrada em Jerusalém até a crucificação. Debruçando-se sobre o discurso escatológico de Jesus - uma abordagem que foge aos cânones habituais - Bento XVI tenta dar uma imagem diferente de Jesus, dum Jesus histórico que fica para além dos ensinamentos que a religião nos transmite. Uma abordagem interessante dum papa que, embora não conservando a imagem do seu antecessor, dá uma outra essencialmente intelectual duma profundidade que Ratzinger sempre demonstrou. Uma obra muito interessante para os interessados nestas matérias, a ler com interesse e atenção. Resta acrescentar que a edição é da Principia.

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