Turma Formadores Certform 66

Friday, November 04, 2011

Equivocos da democracia portuguesa - 146

O ministro da educação já informou que a informática do 9º ano vai ser banida das escolas no próximo ano. Assim, pensa poupar mais uns quantos milhões de euros. Depois do grande investimento feito pelo governo anterior esta medida é no mínimo insólita e diz bem dos ziguezagues do governo. Como já aqui dissemos noutra altura, em Portugal não há continuidade de políticas, assistindo-se aos avanços e recuos consoante a força política no poder. Para este governo ultraliberal, a cultura é algo que incomóda, talvez até assuste. Já tínhamos visto isso no passado e pensavamos que não voltaríamos a assistir ao mesmo no presente. Afinal tivemos um 25 de Abril em 1974! Já agora, deixamos uma sugestão ao governo. Porque não encerrar todas as escolas, acabar com o ensino, e assim poupar em infraestruturas, em professores e até... no ministério, no ministro e no seu séquito? Para ampliar a "trapalhada" em que o governo está metido o PM acabou por anunciar que se prepara para renegociar a dívida com a "troika", embora o tivesse negado sempre desde o início. Mas o mais grave é que tal informação tenha sido produzida num país estrangeiro - Paraguai - e no âmbito da Cimeira Ibero-Americana cuja ligação ainda não se vislumbrou. Paulo Portas que tanto criticou o PM anterior pela relação que tinha com Hugo Chavez que muitas portas abriu, vem agora dizer que fez um sem número de negócios e até, no calor do discurso, desejou, publicamente, as melhoras ao presidente da Venezuela!!! O problema das Scut's continua adiado, agora foi Cavaco a pedir esclarecimentos! O plafonamento das autarquias anunciado com pompa e circunstância, afinal parece que já não vai adiante! Em suma, a "trapalhada" institucionalizada. Mas não se espantem com aquilo que por cá se passa, afinal na UE assistimos a coisas que não lhe ficam atrás. Desde logo, aquela que o PM grego, Georgios Papandreu, tomou após a cimeira com a UE que lhe resolveu o problema interno, que foi o propor um referendo. Mas afinal que tipo de referendo? Se for para manter a Grécia no euro, tal será positivo certamente, se for para buscar apoio para um novo pacote de austeridade, contará com a oposição dos gregos com toda a certeza. Ninguém ainda entendeu o porquê de tal atitude. Nós também não, embora possamos compreender, mas se tivermos informações adicionais que ainda não dispomos. Entretanto, este simples gesto da Grécia veio mergulhar a restante Europa numa crise sem precedentes, afectando todos, especialmente, aqueles que como Portugal e a Irlanda estão a obter ajuda. As bolsas tremeram, os mercados afiaram as facas, enfim, o caos instalou-se de novo, se é que algumas vez abrandou. Parece que retornamos ao início da crise, mas agora, com ondas de choque muito mais violentas e avassaladoras. O PM grego tem todo o direito de referendar os assuntos que dizem respeito à Grécia, embora ainda não conheçamos todos os contornos que levaram a tal situação. Será que existiu algo dentro da cimeira da UE que Papandreu não gostou? Ou será que existe algo dentro do seu país que ele quer clarificar? Seja como for, o anúncio foi surpreendente, e até ao que se diz, o seu ministro das finanças não sabia de nada. Por agora, o que se sabe, é que a UE suspendeu a tranche que devia ser enviada até que os gregos se pronunciem. Mas depois duma conversa com o "par romântico" - Sarkozy e Merkel - em Cannes, antecedendo a cimeira do G 20, tudo mudou, e agora parece que nem referendo vai haver!!! A "trapalhada" virou instituição na UE como nos estados membros de que Portugal é um bom exemplo. Isto diz bem do desnorte, da falta de rumo, que é patente em toda a UE. É caso para dizer que "casa onde não à pão, todos ralham e ninguém tem razão".

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