Breves notas sobre o Dia de Todos os Santos e algumas confusões associadas

Celebrado há mais de mil anos no mundo católico,  o Dia de Todos os Santos é uma das datas mais tradicionais e significativas do  calendário religioso. Realizado todos os anos a 1 de Novembro, como testamento  ao significado espiritual das divindades católicas, a data é tradicionalmente  feriado em Portugal e dia de contacto com o "mundo do além". Porém, o  feriado que ontem ocorreu pode acontecer pela última vez precisamente este  ano. No âmbito das opções estratégicas do Governo de Pedro Passo Coelho,  que pretende eliminar alguns feriados de modo a aumentar a produtividade  nacional, a Igreja Católica terá concordado que o feriado do Dia de Todos os  Santos seja um dos sacrificados pela nova política. O Dia de Todos os  Santos tem sempre associado o Dia dos Finados e às festividades anglo-saxónicas  do Halloween, cuja popularidade tem vindo a espalhar-se um pouco por todo o  mundo. A celebração  do Dia de Todos os Santos no dia 1 de Novembro tem 
a sua origem numa declaração  feita pela Papa Gregório III (731-741), na Basílica de São Pedro, quando exaltou  e exortou os católicos a rezarem pelas relíquias e almas dos santos no além. "Para os apóstolos, para todos os santos, mártires e confessores e para  todos os justos iluminados espalhados pelo mundo". A criação pela Igreja  Católica de um dia anual para lembrar todos os santos tem uma razão prática. Nos  primórdios da fé católica enquanto instituição precoce, os crentes deviam  celebrar um santo por dia. Porém, com a "explosão" no número de santos,  sobretudo após o período de perseguição no tempo dos romanos, houve necessidade  de criar uma data que servisse para rezar por todos os santos. Desde então que a data se  tornou uma das principais celebrações do calendário católico e assim se manteve  até aos dias de hoje. Em Portugal, país onde a Igreja Católica tem  historicamente uma enorme influência, o Dia de Todos os Santos converteu-se num  feriado de grande importância espiritual. Está também associado a uma das  datas mais trágicas da história nacional, o terramoto de 1755, que aconteceu  precisamente no dia 1 de Novembro, quando milhares de lisboetas se encontravam  nas numerosas igrejas espalhadas pela cidade. Como consequência do  terramoto surgiu, igualmente, uma das tradições nacionais, nomeadamente  lisboeta, associada com o Dia de Todos-os-Santos que nos últimos anos  praticamente desapareceu: o pão-por-Deus. Exactamente um ano após a  catástrofe do terramoto, as crianças que ficaram 
numa situação de enorme  precariedade saíram à rua, pedindo pelas portas de Lisboa e das localidades à  volta "pão-por-Deus", restos de broa e comida para mitigar a fome. A  tradição manteve-se, ganhou contornos festivos, mas desapareceu a partir dos  anos 80, sobretudo com o aparecimento de outras festividades, como o importado  "Halloween". Associados ao Dia de  Todos os Santos encontram-se duas datas amplamente celebradas e que muitas  pessoas confundem com o dia principal: o "Halloween" e o Dia dos Finados. Uma celebração predominantemente anglo-saxónica, o "Halloween" celebra-se na  noite de 31 de Outubro e tem alegada origem no festival gaélico "Samhain",  relacionado com o fim das colheitas e agradecimentos aos entes espirituais, com  o nome a advir da expressão escocesa "All-Hallows-Even" (que significa, antes da  noite dos santos). As máscaras e as abóboras são dois dos  maiores símbolos do Halloween. As festividades foram levadas para os Estados Unidos por imigrantes, onde a  evolução acabou por trazer algumas das tradições mais ligadas à "Noite dos  Mortos", como as abóboras iluminadas, as máscaras alegóricas, ou a prática de ir  de porta em porta pedir doces. As festas ganharam fama e espalharam-se  pelo mundo, muito devido ao seu apelo místico e pagão, como contrabalanço da  solenidade do Dia de Todos os Santos e o Dia dos Finados. O Dia dos Finados  celebra-se a 2 de Novembro e alguns especialistas alegam que as origens, tendo  em conta as devidas distâncias, são semelhantes às do "Halloween", tendo em  conta os evidentes pontos de contacto, na lembrança dos "espíritos do além". A data surgiu como forma de relembrar todos aqueles que, apesar de não terem  atingido a "iluminação no além", a sua alma continua a ser acarinhada por todos  os crentes católicos em comunhão. Tradicionalmente, visita-se as campas  dos entes queridos para se deixar velas e assistir a celebrações litúrgicas. Há  alguma confusão com o dia 1 de Novembro, uma vez que no feriado a maioria das  pessoas aproveita para ir ao cemitério. Uma prática que pode ter acontecido,  pela última vez, este ano.
a sua origem numa declaração  feita pela Papa Gregório III (731-741), na Basílica de São Pedro, quando exaltou  e exortou os católicos a rezarem pelas relíquias e almas dos santos no além. "Para os apóstolos, para todos os santos, mártires e confessores e para  todos os justos iluminados espalhados pelo mundo". A criação pela Igreja  Católica de um dia anual para lembrar todos os santos tem uma razão prática. Nos  primórdios da fé católica enquanto instituição precoce, os crentes deviam  celebrar um santo por dia. Porém, com a "explosão" no número de santos,  sobretudo após o período de perseguição no tempo dos romanos, houve necessidade  de criar uma data que servisse para rezar por todos os santos. Desde então que a data se  tornou uma das principais celebrações do calendário católico e assim se manteve  até aos dias de hoje. Em Portugal, país onde a Igreja Católica tem  historicamente uma enorme influência, o Dia de Todos os Santos converteu-se num  feriado de grande importância espiritual. Está também associado a uma das  datas mais trágicas da história nacional, o terramoto de 1755, que aconteceu  precisamente no dia 1 de Novembro, quando milhares de lisboetas se encontravam  nas numerosas igrejas espalhadas pela cidade. Como consequência do  terramoto surgiu, igualmente, uma das tradições nacionais, nomeadamente  lisboeta, associada com o Dia de Todos-os-Santos que nos últimos anos  praticamente desapareceu: o pão-por-Deus. Exactamente um ano após a  catástrofe do terramoto, as crianças que ficaram 
numa situação de enorme  precariedade saíram à rua, pedindo pelas portas de Lisboa e das localidades à  volta "pão-por-Deus", restos de broa e comida para mitigar a fome. A  tradição manteve-se, ganhou contornos festivos, mas desapareceu a partir dos  anos 80, sobretudo com o aparecimento de outras festividades, como o importado  "Halloween". Associados ao Dia de  Todos os Santos encontram-se duas datas amplamente celebradas e que muitas  pessoas confundem com o dia principal: o "Halloween" e o Dia dos Finados. Uma celebração predominantemente anglo-saxónica, o "Halloween" celebra-se na  noite de 31 de Outubro e tem alegada origem no festival gaélico "Samhain",  relacionado com o fim das colheitas e agradecimentos aos entes espirituais, com  o nome a advir da expressão escocesa "All-Hallows-Even" (que significa, antes da  noite dos santos). As máscaras e as abóboras são dois dos  maiores símbolos do Halloween. As festividades foram levadas para os Estados Unidos por imigrantes, onde a  evolução acabou por trazer algumas das tradições mais ligadas à "Noite dos  Mortos", como as abóboras iluminadas, as máscaras alegóricas, ou a prática de ir  de porta em porta pedir doces. As festas ganharam fama e espalharam-se  pelo mundo, muito devido ao seu apelo místico e pagão, como contrabalanço da  solenidade do Dia de Todos os Santos e o Dia dos Finados. O Dia dos Finados  celebra-se a 2 de Novembro e alguns especialistas alegam que as origens, tendo  em conta as devidas distâncias, são semelhantes às do "Halloween", tendo em  conta os evidentes pontos de contacto, na lembrança dos "espíritos do além". A data surgiu como forma de relembrar todos aqueles que, apesar de não terem  atingido a "iluminação no além", a sua alma continua a ser acarinhada por todos  os crentes católicos em comunhão. Tradicionalmente, visita-se as campas  dos entes queridos para se deixar velas e assistir a celebrações litúrgicas. Há  alguma confusão com o dia 1 de Novembro, uma vez que no feriado a maioria das  pessoas aproveita para ir ao cemitério. Uma prática que pode ter acontecido,  pela última vez, este ano.
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