Gustav Leonhardt - A morte aos 83 anos
O músico holandês faleceu segunda-feira passada, dia 16 do corrente, aos 83 anos, mas só ontem a sua morte foi tornada pública. Só tinha deixado os palcos em Dezembro do ano passado. Luciana Leiderfarb afirmou que Leonhardt "foi um dos grandes intérpretes de música barroca do século XX e como tal primou pela polivalência: cravista, organista e maestro, Gustav Leonhardt, morto aos 83 anos, contribuiu para afirmar o conceito de interpretação histórica e dedicou-se com alma àquela causa". Nascido na Holanda, em 1928, cedo determinou o seu caminho, iniciando-se no cravo e no órgão antes de migrar para Basileia, na Suíça, onde estudou na prestigiada Schola Cantorum sob a tutela de Eduard Müller. A par de uma carreira docente que jamais interromperia, Leonhardt começou nos anos 50 um percurso como solista que rapidamente o internacionalizou, tendo gravado a integral das Cantatas de Bach, com Nikolaus Harnoncourt, entre 1971 e 1990. Ao todo, o seu catálogo atinge os 300 discos. Destacou-se igualmente no campo da musicologia: é da sua autoria o estudo "A Arte da fuga de Johann Sebastian Bach", além de outros volumes, como uma colectânea de música de câmara do século XVII, que supervisionou. A 12 de Dezembro passado, em Paris, já doente e debilitado, anunciara que não voltaria aos palcos. O centro cultural De Nieuwe Kerk, de Amesterdão, divulgou ontem o seu desaparecimento, na segunda-feira, na sua casa naquela capital. Queria aqui salientar a sua soberba interpretação da "Paixão Segundo S. Mateus" de J. S. Bach que, ainda hoje, é considerada a melhor interpretação desta monumental cantata. Talvez por aqui devessem começar todos aqueles que não conhecem a obra publicada de Leonahardt, aproximando-se assim de música de muita qualidade e, também, da mestria interpretativa de Gustav Leonhardt. RIP.
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