Turma Formadores Certform 66

Monday, September 30, 2013

Equivocos da democracia portuguesa - 286

Esta é a noite de todos os vencedores! Uma espécie de noite dos Óscares, mas se nessa há quem perca e quem ganhe, entre nós a originalidade é de que todos são vencedores... E agora, como pedia Cavaco a semana passada, será necessário que os políticos comecem a falar mais de crescimento e de emprego. Curiosamente, o governo tem sido aquele que menos tem recorrido a este tema, preferindo falar da possibilidade dum segundo resgate. Seja por estratégia ou não, o que pensamos é que tal será inevitável se nada se vier a alterar num futuro próximo. Mas o mais interessante, é que após a invetiva de Cavaco o PM, nessa mesma noite, em campanha autárquica, mudou de discurso e foi de encontro ao que afirmou o PR horas antes. Isto diz bem da falta de rumo deste executivo que muda de discurso às primeiras palavras de Cavaco, que afinal é o seu patrono sem o qual o governo já não existiria à muito. O resultado eleitoral espelha bem isso. Ainda sem as urnas encerradas, o vendaval que passou pelo PSD é sintomático daquilo que os portugueses pensam do executivo. A maneira como o castigou foi sem precedentes desde que vivemos em democracia. E uma coisa é certa. Digam lá o que disserem, o governo sai fortemente abalado de toda esta situação. Na relação com a "troika" a sua força sai diminuída porque já não representa a maioria de Portugal. Por mais justificações que se inventem, será necessário um governo que represente os portugueses dentro do novo alinhamento eleitoral. E isso só será possível com um novo governo saído de novas eleições. Não basta invocar a crise, a credibilidade externa ou seja lá o que for. Portas assumiu uma crise dentro da crise e até parece que os portugueses gostaram da atitude. O país não acabou por isso, nem vai acabar. A justificação apenas serve para perpetuar no executivo uma certa visão ideológica e nada mais. Estamos convencidos que nada será como dantes depois destas eleições. A "troika" ainda está aí e deve ter percebido o recado. É tempo de se ler a mensagem que Portugal deu sem tibiezas ou falsos receios. O povo falou com clareza cristalina. E em democracia, isso basta. 

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