Turma Formadores Certform 66

Monday, September 30, 2013

Equivocos da democracia portuguesa - 287

Depois da realização das autárquicas é tempo de nos virarmos de novo para aquilo que somos, o estado em que estamos e a maneira de sairmos desta trapalhada colossal em que o governo ultraliberal nos mergulhou de cabeça e donde não sabe como nos fazer sair. Se as eleições deram a perceção de como os portugueses olham para a situação política atual e para os partidos que nos fizeram mergulhar nesta época de trevas onde estamos, agora é altura de se tentar encontrar respostas que nos conduzem a uma recuperação tão desejada por todos. E desde logo, é preciso que o governo nos dê a indicação do que pensa sobre a mutualização da dívida. Este foi assunto já há muito puxado pela oposição a que o governo nunca deu crédito, mas agora que o FMI começa a pensar do mesmo modo, será bom saber qual o posicionamento do governo em torno desta matéria. A capacidade de Portugal pagar a dívida é nula, já todos o sabemos. A sua mutualização será a saída para ajudar a minimizar os estragos na economia dos países sob resgate, ou então será o colapso. Muito se tem escrito sobre o assunto mas pouco ou nada se tem avançado. Mas o FMI até vai mais longe propondo à UE a criação dum fundo de desemprego comum, dum orçamento comum, (desde que os países abdiquem dum pouco da sua soberania), na tentativa de evitar que, de novo, hajam países a cair na mesma situação, instabilizando assim a zona euro e a própria UE. Afinal, por mais irónico que isto pareça, do que se trata é de caminharmos para uma certa forma de federalismo, - de que somos fortes defensores -, e que estava inscrita na matriz da própria UE a quando da sua fundação. Apenas o "nacionalismo serôdio" dos países tem evitado isso, a que a chegada dos ultraliberais consolidou, embora com todo o embaraço que existe e é visível nas instâncias de Bruxelas. Mas não deixa de ser curioso que o FMI tenha colocado a questão com tanta clareza, talvez por ter uma diretora de origem europeia ou, simplesmente, para se afastar desta situação o mais definitivamente possível. Contudo, achamos que esta situação só será ultrapassada por uma UE de cariz federal que, estamos certos, chegará mais cedo ou mais tarde. Se assim não for, a situação que agora se vive dentro da zona euro poderá repetir-se nos mesmos ou noutros países sem que para tal a UE consiga criar mecanismo de o evitar.

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