Equivocos da democracia portuguesa - 58
Ontem foi dia de greve geral. Ura! Agora os problemas de Portugal desapareceram. Contudo, andam por aí uns falsos portugueses que é bom que sejam desmacarados. Desde logo, Passos Coelho que, embora concordando com a greve disse que ia trabalhar! Olhem o desplante. Como se a greve geral não fosse um acto patriótico que muito veio ajudar o nosso país. Depois foram os funcionários da AR e dos restantes orgãos de soberania! Que falta de vergonha. Se não fosse o elevado número de desempregados pensamos que deveriam ser tomadas providências para os despedir com justa causa. No mínimo exigimos que sejam fortemente repreendidos para que na próxima greve geral não se auto-excluam. Os trabalhadores das empresas privadas, veja-se a pouca vergonha, quase que não aderiram. É tempo de se fazerem algumas sessões de esclarecimento - como se fizeram em 1975 - para ver se esta pouca vergonha acaba e, de futuro, adiram como os restantes. Sons de patriotismo, esses sim, vieram do presidente da Comissão Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, que apoiou a greve geral e até afirmou, e muito bem, que se deviam fazer mais greves, quando certos diplomas são aprovados. Aí valente! Isto é que são homens! Não bastou esta, mas deveriam vir mais. Acho que se deve pensar em nomear D. Jorge Ortiga para futuro presidente da Intersindical da Igreja. Estes sim, são os bastiões do regime. (Já agora, que ponha em ordem os bracarenses que aderiram pouco à greve. Isto não se pode passar, e logo, numa das mais influentes dioceses de Portugal). Estes sim, foram os homens que sofreram no antigo regime quando lutavam pela greve, numa altura em que ela era proíbida, num acto claramente anti-patriótico. Porque esta greve geral veio ajudar Portugal mais do qualquer OE que se aprove. Viva a greve geral! Hoje acordamos bem melhor do que ontem nos tínhamos recolhido. A dívida soberana passou a ser um pesadelo do qual não nos queremos lembrar, o dinheiro que ontem pedíamos ao mundo, hoje emprestamos aos outros que, como nós, não souberam fazer uma greve geral. O desemprego acabou, o apertar do cinto já é passado. A Europa contempla-nos com admiração e espanto. Mais uma vez, este pequeno país, na senda dos seus antepassados descobridores, dá lições ao mundo. Quando ouvimos discutir as percentagens de adesão pelo governo e sindicatos, podemos dizer que estamos a aferir os níveis de patriotismo deste país, que pensavamos já não existirem. Hoje somos um país novo, mais rico, mais próspero, menos endividado que os restantes. O pleno emprego é algo que pensávamos não ser possível, mas ele aí está. Saibámos estar à altura dos nossos maiores. Hoje somos um exemplo para o mundo. É caso para dizer "contra os canhões, marchar, marchar!" Viva a greve geral!
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