Turma Formadores Certform 66

Tuesday, July 26, 2011

Breivik e Winehouse o que têm em comum?

Esta última semana foi fértil em acontecimentos trágicos: o atentado de Oslo e a morte da cantora Amy Winehouse. Aparentemente, estes dois factos nada têm de comum entre si, mas se analisarmos um pouco mais de perto veremos que talvez não seja assim. Anders Breivik, o psicopata norueguês de 32 anos, parece - se analisarmos alguns relatos - um homem bem-educado, cortês, sempre amável para com os seus vizinhos. Mas as suas ideias, cimentadas num cocktail de xenofobia e racismo, - com o qual ele não soube lidar - levou-o a cometer estas atrocidades duma forma fria e despudorada. Tratar-se-iam de ideias mal assimiladas ou, talvez, o ódio levado ao extremo? Será que quando dizia que tinha sido abandonado pelo pais aos 15 anos, não estaria a nascer este ódio contra o mundo e contra o seu semelhante? Curiosamente, como normalmente acontece nestes casos, ele não se viria a suicidar no fim. Será que, cobardemente, não teve coragem para o fazer ou, por outro lado, quis ser o "herói" desta acção, considerando-se o líder duma causa maior e mais abrangente, sentindo que a sua imagem seria importante para essa causa? Ainda muita coisa há-de correr sobre este assunto, até que consigámos perceber bem a sua real dimensão. O outro facto que marcou a última semana, foi a morte da cantora Amy Winehouse aos 27 anos de idade. Com a maldição do 27, como aconteceu com Coubain, Hendrix, Morrison - só para citar alguns -, Amy Winehouse também entrou nessa trágica galeria de nomes da música que nos deixaram no apogeu da carreira. E é caso para perguntarmos se esta morte tem a ver com o lidar mal com a fama, as massas, o poder, o dinheiro. Será que foi um acidente ou um suicídio? Se foi este último, ainda amplia mais a questão: que leva uma jovem na flor da idade a cometer tal sacrifício? Estava deprimida - é verdade, os últimos concertos são disso um exemplo - talvez pelo rompimento da relação que mantinha. Mas seria que não tinha nenhum factor de compensação - o meio artístico é muito volátil a esse nível - para evitar este desfeixo? Seja como for, aparentemente estes dois casos têm muito em comum, Tanto Breivik como Winehouse, são ambos jovens, que parecem não conseguirem lidar bem com as situações que o destino lhes colocou nas mãos. Embora com personalidades bem diferentes, e percursos que não têm nada em comum, ambos parecem que vivem "outside", fora duma realidade que os rodeia e que os leva a estes defechos. Winehouse imolou-se - ao que tudo parece indicar - por não ser capaz de lidar com a vida; Breivik não teve a coragem de se suicidar, mas deu mostras da mesma dificuldade de lidar também com a vida. Com motivos bem diferentes, ambos parecem ser inadaptados ao seu tempo, por mais razões e justificações que apresentem para os seus casos, isto tem que nos levar a reflectir sobre o mundo em que vivemos, que criámos todos os dias, o mundo que vamos legar às novas gerações, que objectivos lhe vamos inculcar, que valores lhes vamos ensinar, que princípios somos capazes de lhes transmitir. Um bom tema que nos deve merecer uma profunda reflexão.

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