Wednesday, May 14, 2025
Tuesday, May 13, 2025
Monday, May 12, 2025
Sunday, May 11, 2025
Nem sinais da Rosita
Estou a passar um momento muito difícil. Da Rosita nem sinais. Ontem vasculhei a vizinhança, ninguém a viu, nem sentiram sinais dela. Foi à casa dos seus donos e também nada. Ela que acompanhava sempre a sua irmã Maria, nem rasto. Bati as redondezas e nada. Até verifiquei os contentores do lixo na expectativa de ter sido morta e atirada para lá por gente sem coração. Também não havia nada. Ela desapareceu duma forma inexplicável e a sua irmã Maria anda triste. Ainda ontem esteve cá em casa a dormir e a comer e vê-se no olhar uma tristeza infinita. Talvez saiba de algo e não o consiga transmitir aos humanos. A minha dificuldade em lidar com a situação prende-se sobretudo em não saber o que lhe aconteceu. Se está viva ou morta, se está em sofrimento, se foi apanhada por alguém para fins duvidosos, afinal o dia 13 está a chegar. Seja como for tudo se torna incompreensível. Tenho lembrado repetidas vezes o sucedido na tentativa de perceber, de recordar algum detalhe que me leve até ela e nada. Sei que a vi a lamber-se no telhado dum anexo na minha casa quando desci as escadas. Ela parou e olhou-me com atenção e depois continuou a tarefa. Sei que ainda veio à sua caixa de areia e depois nunca mais a vi. Quando subi ela já lá não estava. Pensei que teria ido para o rés-do-chão para dormir no sofá, local que ela tinha escolhido recentemente para estar. Não dei muita atenção nesse momento porque era costume ela seguir esses rituais. A Rosita era uma gata que nunca saía desta zona. Não ia para a rua porque tinha medo dos automóveis. Por vezes ia visitar a casa dos donos coisa que ultimamente já nem fazia. Andava por cá, entre a casa onde dormia, e o jardim onde gostava de apanhar sol e atacar qualquer bichito que lhe passasse por perto. Era sempre assim desde à vários anos. Desta vez não o foi. Quando a fui procurar e vi que não estava no seu local habitual comecei a demanda por ela. Vasculhei a casa de cima a baixo e nada. Ainda esperei pelo anoitecer porque por vezes ela ia com a irmã até à sua casa. Quando vi que não voltava comecei a ficar inquieto. E nunca mais a vi. Até hoje. Embora a Rosita não fosse minha, tratava-a como se o fosse. Ela escolheu-nos vai para 8 anos. Aqui dormia, muitas vezes comigo, aqui comia, aqui estava sempre muito acarinhada e mimada, algo que ela apreciava. Daí a minha confusão. Ela não trocaria o seu bem estar por nada, coisa porque ela tanto se tinha emprenhado. Algo sucedeu e eu não tenho resposta. A Rosita estava a recuperar bem, e ela mesma não queria estar em casa. Queria ir para o seu adorado jardim que ela tanto amava. Sei que dado o seu estado ainda débil era não seria capaz de ir mais longe do que um raio de 50 metros, 100 metros no máximo. Ela está por aqui, não muito longe, mas não sei onde procurar. Confesso que estou a passar um mau momento. Ainda esta madrugada andei a ver se a via e nada. As noites passaram a ser mal dormidas com uma inquietação cada vez maior à medida que o tempo passa. Mas sei também da minha impotência em buscar alternativas. Diz-se que a esperança é a última a morrer, embora com o conhecimento que tenho da Rosita, esta se vá esbatendo para tristeza minha. Mas vou continuar a procurar porque a Rosita merece. E eu tudo farei por ela.
Saturday, May 10, 2025
A Rosita desapareceu
Estou de coração destroçado. A Rosita desde que se apanhou com um pouco mais de saúde, começou a querer ir para o exterior. Ontem ao meio da tarde estava em cima dum telhado dum telheiro cá de casa. Ainda veio à areia depois disso. Depois nunca mais a vi. A Rosita ainda está muito débil e tem dificuldade em subir a muros. Por isso temo por ela. Não passou a noite cá em casa, nem está com a irmã Maria, que neste momento se encontra ao meu lado a dormir. Com alerta de mau tempo temo muito por ela. Onde estará? Sem grande capacidade de caça, nem força, talvez se encontre aí num sítio qualquer sem poder regressar. Pelas redondezas ninguém a viu. Estou de coração apertado a temer o pior. Gosto tanto dela e a Rosita faz-me isto. Já não sei o que fazer a não ser esperar e ver o que acontece.
Mensagem que o Papa Francisco escreveu no hospital
"As paredes dos hospitais ouviram orações mais honestas do que as igrejas... Testemunharam beijos muito mais sinceros do que aqueles nos aeroportos... É nos hospitais que você vê um homofóbico sendo salvo por um médico gay. Um médico privilegiado salvando a vida de um mendigo... Nos cuidados intensivos, você vê um judeu cuidando de um racista... Um policial e um prisioneiro na mesma sala recebendo os mesmos cuidados... Um paciente rico à espera de um transplante de fígado, pronto para receber o órgão de um pobre doador... É nesses momentos, em que o hospital toca as feridas das pessoas, que mundos diferentes se cruzam de acordo com um desenho divino. E nessa comunhão de destinos, percebemos que sozinhos, não somos nada. A verdade absoluta das pessoas, na maioria das vezes, só se revela em momentos de dor ou na ameaça real de uma perda irreversível. Um hospital é um lugar onde o ser humano remove suas máscaras e se mostra como realmente é, na sua mais pura essência. Essa vida vai passar rápido, então não a desperdice lutando com as pessoas. Não critique muito o seu corpo. Não reclame excessivamente. Não perca o sono por causa das contas. Certifique-se de abraçar os seus entes queridos. Não se preocupe muito em manter a casa impecável. Os bens materiais devem ser ganhos por cada pessoa - não se dedique a acumular uma herança. Tá esperando demais: Natal, sexta-feira, ano que vem, quando tem dinheiro, quando o amor chega, quando tudo é perfeito... Escute, perfeição não existe. Um ser humano não pode alcançá-lo porque simplesmente não fomos feitos para sermos cumpridos aqui. Aqui, temos a oportunidade de aprender. Então, aproveite ao máximo este julgamento da vida - e faça-o agora. Respeite a si mesmo, respeite os outros. Trilhe seu próprio caminho, e deixe ir o caminho que os outros escolheram para você. Respeito: não comente, não julgue, não interfira. Ame mais, perdoe mais, abrace mais, viva mais intensamente! E deixe o resto nas mãos do Criador.”
Papa Francisco
Friday, May 09, 2025
Papa Leão XIV
Robert Francis Prevost é de origem norte-americana, oriundo de Chicago. Membro da Ordem de Santo Agostinho, trabalhou duas décadas no Peru numa missão de igreja peregrina tão cara ao Papa Francisco. Vem duma família espanhola migrante, tem dupla nacionalidade americana e peruana, e fez parte da 'entourage' do Papa Francisco de quem era próximo. Adotou o nome de Leão XIV. É considerado um papa progressista, muito atento ao mundo e às minorias, e é expectável que venha a seguir a obra deixada por Francisco. O tempo dirá se será assim ou não, mas a proximidade com Francisco e uma certa origem muito idêntica a Francisco, possa indiciar que assim seja. As próximas nomeações que fizer para a sua equipa poderão dar um sinal do rumo que irá seguir. Segundo alguns este é um Papa inclusivo o que poderá indicar que estaremos num rumo de continuidade. Se assim for, é caso para dizer que desta vez não se seguiu a alternância habitual do Vaticano de a um Papa progressista se seguir um conservador, no sentido dum certo equilíbrio muito defendido pela Igreja. Mas mais do que os rótulos será a prática que definirá como este Papa se posicionará para a História. Afinal tudo começa de novo agora como vem acontecendo a 2025 anos. Este é mais um recomeço.
Thursday, May 08, 2025
80 anos depois do Armistício da II Guerra Mundial
A Segunda Guerra Mundial foi um conflito militar global que durou de 1939 a 1945, envolvendo a maioria das nações do mundo — incluindo todas as grandes potências — organizadas em duas alianças militares opostas: os Aliados e o Eixo. Foi a guerra mais abrangente da história, com mais de 100 milhões de militares mobilizados. Em estado de "guerra total", os principais envolvidos dedicaram toda sua capacidade econômica, industrial e científica ao serviço dos esforços de guerra, deixando de lado a distinção entre recursos civis e militares. Marcado por um número significante de ataques contra civis, incluindo o Holocausto e a a única vez em que armas nucleares foram utilizadas em combate, foi o conflito mais letal da história da Humanidade, resultando entre 50 a mais de 70 milhões de mortes. A guerra terminou com a vitória dos Aliados em 1945, alterando significativamente o alinhamento político e a estrutura social mundial. O armistício deu-se neste dia 8 de Maio de 1945. Já passaram 80 anos. Para quem gosta de escutar a Classic FM, a rádio que emite desde Londres só pela internet, poderá escutar hoje um programa que vai divulgar na íntegra o discurso de vitória do líder inglês à época, Winston Churchill.
De novo a Rosita
Depois do que vos disse ontem, a Rosita acabou por sair do seu espaço, enquanto almoçávamos, subiu alguns degraus, desceu alguns outros e veio para o jardim. Já passeou pelo jardim, bebeu muita água e agora descansa num dos seus sítios preferidos. Entretanto aproveitou para fazer a sua toilet. Está fraca mas ainda com força suficiente para esta aventura. Aqui vos deixo algumas fotos.
"Misericórdia" - Lídia Jorge
Misericórdia é um dos livros mais audaciosos da literatura portuguesa dos últimos tempos. Como a autora consegue que ele seja ao mesmo tempo brutal e esperançoso, irónico e amável, misto de choro e riso, é uma verdadeira proeza. Não são necessárias muitas palavras para apresentá-lo - o diário do último ano de vida de uma mulher incorpora no seu relato o fulgor das existências cruzadas num ambiente concentracionário, e transforma-se no testemunho admirável da condição humana. Isso acontece porque o milagre da literatura está presente. Nos tempos que correm, depois do enfrentamento global de provas tão decisivas para a Humanidade, esperávamos por um livro assim. Lídia Jorge escreveu-o. Sobre a autora, Lídia Jorge é romancista e contista portuguesa. Nasceu em 1946, no Algarve. Viveu os anos mais conturbados da Guerra Colonial em África. Foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social. É professora do ensino secundário e publica regularmente artigos na imprensa. O tema da mulher e da sua solidão é uma preocupação central da obra de Lídia Jorge, como, por exemplo, em Notícia da Cidade Silvestre (1984) e A Costa dos Murmúrios (1988). O Dia dos Prodigíos (1979), outro romance de relevo, encerra uma grande capacidade inventiva, retratando o marasmo e a desadaptação de uma pequena aldeia algarvia. O Vento Assobiando nas Gruas (2002) é mais um romance da autora e aborda a relação entre uma mulher branca com um homem africano e o seu comportamento perante uma sociedade de contrastes. Este seu livro venceu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores em 2003. Venceu o Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas 2020. E foi finalista Prémio Livro do Ano da Livraria Bertrand de 2022 - Ficção Lusófona. A edição é da Dom Quixote.